Influenciador fitness Renato Cariani é alvo da Polícia Federal em operação contra o tráfico de drogas
Investigações revelaram que o esquema abrangia a emissão fraudulenta de notas fiscais por empresas licenciadas a vender produtos químicos em São Paulo, usando ‘laranjas’ para depósitos em espécie
A Polícia Federal de São Paulo (PF) realizou uma operação nesta terça-feira, 12, para desmantelar um esquema de desvio de produtos químicos utilizados na produção de cocaína e crack. O influenciador fitness Renato Cariani, de 47 anos, é suspeito de envolvimento no caso. O nome do influenciador foi citado na investigação da corporação. Durante a ação, foram encontradas grandes quantidades de substâncias como fenacetina, acetona, éter etílico, ácido clorídrico, manitol e acetato de etila, o suficiente para produzir mais de 19 toneladas de entorpecentes prontos para consumo. Cariani é professor de química e educação física, atleta profissional, empresário, youtuber e influenciador digital, com mais de 7 milhões de seguidores nas redes sociais. Além disso, ele é sócio da empresa Anidrol Química, localizada em Diadema, na Grande São Paulo. A operação mobilizou mais de 70 agentes, que cumpriram 18 mandados de busca e apreensão em diversas cidades, como São Caetano do Sul, São Bernardo do Campo, Ribeirão Preto, Diadema, Praia Grande, Guarujá, Curitiba e Rubim (MG). Também foram identificados endereços relacionados ao esquema no Paraná. As investigações revelaram que a organização criminosa realizava mais de 60 transações ilícitas. Além do desvio de produtos químicos, o esquema envolvia a emissão de notas fiscais falsas para a venda desses produtos em São Paulo, utilizando contas de terceiros e depósitos em dinheiro. Os envolvidos também utilizavam empresas de fachada para ocultar a origem ilícita dos valores recebidos. Os suspeitos serão indiciados por tráfico de drogas, associação para fins de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. As penas combinadas podem chegar a mais de 35 anos de prisão, porém, a legislação brasileira limita a pena máxima a 30 anos. Até o momento, a assessoria de imprensa de Cariani não conseguiu contato com o influenciador para comentar o caso.
Em um vídeo publicado em suas redes sociais, Cariani afirmou não ter detalhes sobre o processo e informou que seus advogados vão pedir acesso aos autos. O influenciador também se disse surpreso com a operação da PF. “Sofri busca e apreensão porque sou um dos sócios e todos os sócios sofreram busca e apreensão. Uma dessas empresas foi fundada em 1981, tem mais de 40 anos de história e é uma empresa linda. Minha sócio tem 71 anos e é a grande gestora da empresa. É uma empresa com sede própria, tem licenças e certificações nacionais e internacionais, trabalha de forma totalmente regulada. Foi uma surpresa, mas quero agradecer do fundo do coração pelas mensagem de cada um de vocês”, disse. “Logo que tiver acesso ao processo, divido com vocês oq realmente foi”, acrescentou.
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