Insegurança alimentar no Brasil dobra em sete anos e supera média global, aponta instituto de pesquisas dos EUA

Instituto Gallup aponta que fome atingiu recorde e prejudica mais as crianças

  • Por Jovem Pan
  • 25/05/2022 18h59
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ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO Pessoa em situação de rua prepara comida Fome cresceu no mundo após início da pandemia e de problemas econômicos

A insegurança alimentar no Brasil superou pela primeira vez a média global no fim de 2021, quando o país atingiu um nível recorde para a fome, segundo pesquisa global do instituto norte-americano Gallup. De acordo com os dados do levantamento, analisados no Brasil pela FGV Social, a taxa de pessoas que relataram haver faltado dinheiro para comprar alimentos para si próprio ou para a família em algum momento nos últimos 12 meses foi de 36%, enquanto a média global foi de 35%. Entre os 20% mais pobres do Brasil, 75% relataram insegurança alimentar, bastante acima da média mundial de 48%. Em relação a um recorte por sexo, 47% das mulheres e 26% dos homens disseram estar nessa situação; a diferença entre os gêneros é seis vezes maior do que a média global. “As mulheres, principalmente aquelas entre 30 e 49 anos, onde o aumento foi maior, tendem a estar mais próximas das crianças e gerando consequências para o futuro do país, uma vez que subnutrição infantil deixa marcas permanentes físicas e mentais para toda vida”, analisou a FGV. A pesquisa captou os momentos finais do auxílio emergencial no país, antes do Auxílio Brasil entrar em vigor, mas foi realizada antes do início da guerra na Ucrânia, que levou a um novo aumento de preços dos alimentos. Os números mostram que 4,6 milhões de brasileiros se tornaram pobres durante a pandemia de Covid-19.

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