“Inventaram uma doença que se chamava PT, Dilma e esquerda”, diz Lula
Um dia antes de seu julgamento no TRF4, o ex-presidente Lula participou de ato junto a militância do PT, no centro de Porto Alegre-RS. Em seu discurso, Lula, condenado a 9 anos e 6 meses de prisão pelo juiz Sérgio Moro, no caso do Tríplex do Guarujá, não poupou críticas à imprensa e exaltou a popularidade de seu governo, que “fez o pobre passar a comer carne de primeira e andar de avião”.
Logo no início, o petista disse que “não ia falar de seu processo e de justiça porque tem advogados competentes que já provaram sua inocência”. Cheio de metáforas, o ex-presidente afirmou que a imprensa do Brasil esconde a verdade. “Se pudesse, eu falava para vocês lerem o New York Times, o El Pais (…) Tenho pena dos jornalistas do Brasil, que hoje saem para cobrir as matérias pelo interesse dos editores”, declarou o ex-presidente.
Lula também criticou a TV Globo por só apresentar o que” interessa”. Segundo ele, a emissora ainda estaria tentando “emplacar” a candidatura do apresentador Luciano Huck.
“Doença grave”
Com discurso de candidato, Lula disse ainda que “não existe partido político melhor do que o PT e que acredita que “a esquerda vai se unir em torno de um projeto para recuperar o País”.
Lula também avaliou que o mercado “tem medo” de sua candidatura. “Eu não sei se é medo do Lula voltar em 2018; se for medo, é bom O mercado tem medo do Lula, mas eu não preciso do mercado, eu preciso de empreendedores, de empresas produtivas, de agricultores familiares”, declarou.
“Duvido que exista nesse País um magistrado mais honesto do que eu”, completou.
Para o petista a direita ainda não tem candidato e o “único objetivo é destruir Lula”. O episódio do afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff também foi lembrado, principalmente pelas críticas ao governo Temer. “Fizeram com que essa moça (Dilma) fosse expulsa do poder com 54 milhões de votos. Estou vendo eles tentando vender uma estabilidade que nós sabemos que não existe. Porque a estabilidade é o pressuposto básico da credibilidade, que esse governo não tem (…) Eles deram uma anestesia e contaram mentiras para o nosso povo. A gente continuou anestesiado e agora estamos acordando. Inventaram uma doença que se chamava PT, Dilma Rousseff e esquerda. A doença que eles tentavam tirar está sendo substituída por uma bem pior, que não traz esperança para o nosso povo. No meu governo, esse país que era só conhecido pelo Pelé, passou a ser conhecido pelo crescimento econômico”, discursou.
“As pessoas que só comiam carne de segunda passaram a comer carne de primeira. As pessoas ficaram tão “enjoadas” que não queriam mais andar de ônibus e passaram a andar de avião”, completou Lula.
Para o petista, a elite brasileira trata educação como gasto, mas o candidato que se comprometer com a questão vai ganhar a próxima eleição. Ele prometeu que, se for eleito presidente novamente, vai editar uma medida provisória para proibir que educação seja tratada como gasto.
Ao final do ato, Lula exaltou a importância do Rio Grande do Sul, e afirmou que em fevereiro vai iniciar uma caravana que percorrerá todo o estado. O ex-presidente embarca ainda na noite desta terça-feira para São Paulo, e deve acompanhar o julgamento desta quarta-feira em casa.
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