Investigações têm que continuar, diz Jaques Wagner

  • Por Agência Estado
  • 26/10/2015 14h46
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Brasília - O novo ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner recebe o cargo de seu antecessor, Aloizio Mercadante (José Cruz/Agência Brasil) José Cruz/Agência Brasil Jaques Wagner assume a Casa Civil

O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, afirmou nesta segunda-feira, 26, que o fato de a Operação Zelotes ter cumprido mandados de busca e apreensão em empresas do filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não preocupa o governo. Segundo ele, o Brasil não pode ficar assistindo a investigação.

“O que preocupa mesmo o governo é a falta de crescimento, o desemprego crescente e a inflação”, disse Wagner, após participar de evento com empresários em São Paulo. Na avaliação de Wagner, as atuais investigações sobre grandes esquemas de corrupção no País têm de continuar porque mudam a relação entre o público e o privado.

Questionado também sobre reportagem do jornal Folha de S.Paulo que afirma que 35% das pedaladas fiscais tiveram como objetivo financiar empréstimos para grandes empresários e fazendeiros de médio e grande portes, Wagner diz não ver tal informação como uma denúncia, mas como um caminho normal com retorno positivo de geração de empregos e estímulos a áreas menos desenvolvidas. “Como governador, não teria a chegada de tantas indústrias se o BNDES não tivesse oferecido taxas de juros compatíveis com o mercado internacional. Da mesma forma que o banco de desenvolvimento da Suécia nos ofereceu juros convidativos para formalizar a compra dos caças Grippin”, afirmou.

O titular da Casa Civil reconheceu, no entanto, que, atualmente, o governo tem menos musculatura para fazer equalizações de taxas de juros da mesma forma que fazia antes. “Vamos ter que modular o programa”, afirmou. Segundo ele, o objetivo é que cada empresa beneficiada gere riqueza e emprego em várias regiões do País. 

Cunha

Jaques Wagner afirmou que a única negociação estabelecida entre o governo e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), se refere ao andamento da pauta de votações sobre questões econômicas. “Quanto à situação do Eduardo Cunha, isso está a cargo do Conselho de Ética, do Ministério Público e do Supremo Tribunal Federal”, respondeu a jornalistas, após o evento em São Paulo.

Sobre o andamento das próximas votações, Wagner disse que é possível que a proposta sobre a Desvinculação das Receitas da União (DRU) seja votada nesta terça-feira, 27, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. 

Base aliada

O ministro-chefe da Casa Civil avaliou que a situação da base aliada é “estável, mas não confortável”. “Evoluímos muito na questão política, de reaglutinar a base do governo, e isso é fundamental pois, sem base política organizada e consolidada, é difícil votar tudo aquilo que se precisa”, afirmou.

Wagner reconheceu a responsabilidade “prioritária” do governo encontrar soluções para crise, mas concordou com empresários que afirmaram, durante debate, que também cabe ao setor privado apontar caminhos e não apenas cobrar soluções. “Que além das suas demandas justas, que o setor produtivo também traga ideias e volte a investir”, disse.

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