Instituto do Patrimônio Histórico pede paralisação de construção do Parque Augusta

Segundo o órgão, há “traços arqueológicos de populações indígenas” no local

  • Por Jovem Pan
  • 07/01/2020 14h22 - Atualizado em 07/01/2020 14h23
Rogério de Santis/Estadão Conteúdo Vista do terreno na Rua Augusta onde será criado o futuro Parque Augusta Vista do terreno na Rua Augusta onde será criado o futuro Parque Augusta

A área em que está sendo construído o Parque Augusta, em São Paulo, pode abrigar traços arqueológicos de populações indígenas. O alerta foi feito pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que, por conta da provável descoberta, pediu a paralisação das obras no local.

“Entre esses indícios está o histórico da ocupação da cidade, já que se trata de uma região central em São Paulo. Sabe-se que as ocupações humanas procuram características de terreno favoráveis a seus assentamentos, como a existência dos rios e córregos que cercavam essa região. Também vale destacar o caminho indígena Peabiru, que passava próximo dessa área”, explicou o Iphan por nota, fazendo referência às estradas indígenas que ligavam a região ao litoral.

Por isso, o Iphan recomendou à Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente de São Paulo a contratação de uma equipe de arqueologia para investigar a área onde será construído o parque. Além dos vestígios de povos tradicionais, o Iphan aponta para a possibilidade de haver materiais remanescentes de edifícios do começo do século XX.

A Secretaria confirmou que foi notificada. “Importante destacar que, durante todo o processo de desenvolvimento e aprovação do projeto do Parque Augusta, houve o acompanhamento e devidas aprovações do Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo – Conpresp”, disse o órgão.

Sobre o Parque Augusta

O Parque Augusta está sendo construído no terreno do antigo Colégio Des Oiseaux, que funcionou no local no início do século XX. A área de 24 mil metros quadrados fica na Rua Augusta, na altura das ruas Marquês de Paranaguá e Caio Prado.

O local só foi definitivamente destinado à construção de um parque em 2018, após anos de disputa entre a comunidade local e empreiteiras que compraram o terreno e pretendiam construir um grande empreendimento imobiliário na área.

A prefeitura fez um acordo com as construturas Setin e Cyrella em que as empresas aceitaram ceder o terreno em troca de títulos que permitem a realização do empreendimento que seria feito no local em outra área. As empresas também aceitaram pagar uma indenização de cerca de R$ 10 milhões à prefeitura para extinguir uma ação que era movida pelo Ministério Público de São Paulo em relação ao terreno.

*Com Agência Brasil

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