Irmão de adolescente brasileiro morto no Líbano volta ao Brasil e se emociona ao relembrar bombardeio

Mohamed Abdallah também perdeu o pai após ataque de Israel ao país árabe; centenas de membros da comunidade árabe se reuniram no aeroporto para demonstrar apoio à família

  • Por da Redação
  • 27/09/2024 18h53 - Atualizado em 27/09/2024 18h54
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Reprodução/Instagram/h2foz Mohamed Kamal Abdallah fala com a imprensa após chegar a Foz do Iguaçu Mohamed Kamal Abdallah fala com a imprensa após chegar a Foz do Iguaçu

Mohamed Kamal Abdallah, de 17 anos, é um dos sobreviventes de um ataque aéreo israelense que devastou o vilarejo de Sohmor, no Líbano. Durante o bombardeio, ele perdeu seu irmão Ali, de 15 anos, e seu pai, Kamal Hussein Abdallah, de 64 anos, que estavam na fábrica da família. Mohamed, que se feriu na mão e na perna, estava ajudando o pai quando os ataques começaram e tentou alertá-los para que fugissem. “Caiu tudo, nem vi mais nada, não consegui mais respirar. Tirei as pedras de mim e fui ver meu pai. Estava no chão, morto, e não conseguia achar meu irmão. Gritava o nome dele, e as pessoas do meu lado, mortas. Eu não achava ele, nem escutei a voz dele”, emocionou-se. A mãe de Mohamed, Noha Ismail, havia deixado o Líbano antes do ataque e se encontra em Foz do Iguaçu, no Paraná. A família Abdallah se estabeleceu no Líbano há aproximadamente quatro anos, mas todos os filhos nasceram no Brasil. Kamal, que era naturalizado paraguaio, trabalhava no comércio em Ciudad del Este e tinha planos de retornar ao Brasil devido à crescente instabilidade no Líbano.

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Em Foz do Iguaçu, centenas de membros da comunidade árabe se reuniram no aeroporto para demonstrar apoio à família Abdallah. Entre os presentes, estavam 35 colegas da Escola Libanesa-Brasileira, onde Ali e Mohamed estudaram. A prima de Ali, Celin Khatib, compartilhou que ele sonhava em se tornar jogador de futebol e era muito querido por todos. Hadi Melhem, amigo dos irmãos, também esteve no aeroporto para prestar solidariedade e protestar contra os ataques. O xeque Mohamad Khalil expressou sua indignação em relação à situação, descrevendo-a como “desumana” e referindo-se a um possível “genocídio”. Foz do Iguaçu abriga a segunda maior colônia árabe do Brasil, com cerca de 20 mil imigrantes e descendentes, predominantemente de origem libanesa.

Publicada por Felipe Dantas

*Reportagem produzida com auxílio de IA

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