Ives gandra afirma que “criou-se uma cultura de corrupção no país”

Ives Gandra - CNC

A corrupção é endêmica no país. Em uma reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Barroso, ressaltou que o Brasil criou “uma delinquência generalizada” e que “o contágio da corrupção ultrapassa o que seria imaginável”. O jurista, advogado, professor e escritor brasileiro, Ives Gandra, segue a mesma linha do ministro e disse que “criou-se uma cultura de corrupção no país”. Para ele, a fala de Barroso demonstra o profundo “desencanto” do magistrado com a situação do Brasil.

“Nós passamos a ter um país em que a corrupção foi a grande moeda em que esses últimos 13 anos foram governados. Felizmente agora a Justiça começa a enfrentar decididamente o problema. (…) Mas efetivamente nós temos que começar a desintoxicar o Brasil de tanta corrupção. E temos que afastar. Não só punir esses elementos que esfaquearam o país durante esses 13 anos, mas mais do que isso, nós temos que, evidementemente, criar novos procedimentos, novas formas de controle que possam evitar que o Brasil seja considerada, como é no momento, a nação mais corrupta do mundo”, disse.

Segundo Gandra, a Operação Lava Jato vai ajudar a diminuir a quantidade de políticos corruptos que vão entrar no governo, já que entrarão sabendo que correm um risco muito sério de serem punidos pelo poder judiciário.

“A Operação Lava Jato representa um divisor de águas entre o Brasil anterior, o Brasil do petismo e o Brasil que vai ser criado a partir de agora. Mas evidente que vai depender também de um papel legislativo, de mecanismo, de controles executivos e de controles do poder judiciário a fim de que, de novo, não venha a vicejar a corrupção no nível que nós tivemos no governo de Lula e Dilma”, afirmou o jurista.

Confira no áudio acima a entrevista completa de Daniel Lian com Ives Gandra.