Jairinho tapou boca de Henry enquanto menino gritava ‘eu prometo’ uma semana antes do crime

Delegado responsável pelo caso falou que a babá do menino ‘suavizou’ a rotina de violência sofrida pela criança em depoimento dado à polícia

  • Por Jovem Pan
  • 04/05/2021 15h35 - Atualizado em 04/05/2021 16h02
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Reprodução/Redes Sociais - 08/04/2021 Criança com mão pintada de azul Henry Borel, de 4 anos de idade, foi assassinado pela mãe, Monique Medeiros, e pelo padrasto, Dr. Jairinho

Em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira, 4, o delegado responsável pelas investigações da morte do menino Henry Borel, Henrique Damasceno, afirmou que diligências feitas no celular da babá do garoto, Thayná Ferreira, mostraram que ela narrou ao seu noivo uma agressão sofrida pela criança no dia 2 de fevereiro, menos de uma semana antes da morte de Henry dentro de casa no Rio de Janeiro. Na ocasião, o padrasto do menino, Dr. Jairinho, indiciado pela morte dele nesta segunda-feira, 3, teria se trancado com a criança no quarto. “Encontramos conversas entre ela e o noivo demonstrando que, nas palavras dela, parecia dentro do quarto que o padrasto estava tapando a boca do menino e o menino gritava ‘eu prometo’. Uma série de episódios bastante sérios”, afirmou o representante da 16ª DP da Barra da Tijuca.

O delegado disse que o primeiro relato feito pela babá à polícia “suavizou” a rotina de agressões sofridas por Henry dentro de casa e que o segundo depoimento deixou claro que brigas frequentes eram registradas entre o casal, que Monique pediu que ela não contasse sobre a rotina de violência pela família (sem oferecer dinheiro em troca) e que até mesmo a avó materna de Henry sabia das agressões sofridas pelo neto. Segundo depoimento de Thayná à polícia, no dia em que ela trocou mensagens com Monique contando o ocorrido em casa enquanto ela estava no salão de beleza, o menino teria ficado desesperado para não ir até o quarto com o padrasto e rasgado a blusa dela. Para compensar o estrago na roupa, Jairinho teria pagado R$ 100. Jairinho e Monique foram indiciados por homicídio duplamente qualificado, com emprego de tortura e impossibilidade de defesa da vítima.

Uma nota emitida pela defesa de Monique após a conclusão do inquérito por parte da polícia afirma que a investigação foi finalizada “prematuramente e com erros investigativos” e sem uma nova oitiva de Monique, mesmo que outras testemunhas do caso tenham sido escutadas novamente pelo delegado. Os advogados questionaram a reconstituição do crime afirmando que ela foi feita “baseada em versão irreal de Monique sob coerção e dissimulação” e reforçaram a tese de que a mãe de Henry é inocente. Na coletiva, o delegado Henrique Damasceno afirmou que o argumento da defesa é “descabido” e disse que ela foi ouvida por horas na qualidade de investigada e terá oportunidades por lei de se manifestar em juízo. “Temos que lembrar que a única pessoa que foi calada nessa situação toda foi o Henry. Ele foi calado, ele pediu ajuda e não foi ouvido. Ele foi calado. Ela não”, declarou.

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