Janaína Paschoal: Nem tudo o que é ruim ou desagrada alguém é crime

  • Por Jovem Pan
  • 02/06/2020 10h21
ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO A deputada estadual Janaina Paschoal Ela citou, por exemplo, que quando surgiram as primeiras denuncias do Mensalão disseram que era mentira e armação

A deputada estadual Janaína Paschoal criticou o projeto contra fake news que tramita no congresso nacional e será votado sem os dispositivos que permitiam intervenção sobre conteúdos considerados falsos.

Nas redes sociais ela postou um pedido aos parlamentares. “Peço ao Congresso que não se aproveite da triste situação que atravessamos para aprovar esses projetos ditatoriais de classificar como fake news tudo o que desagrada aos poderosos. Esses projetos sobre fake news são a maior armadilha para os cidadãos que ousam denunciar! Não queremos censura nas redes sociais!”

Em entrevista ao Jornal da Manhã, Janaína Paschoal alertou para o risco de confundir algo que é ruim e desagrada alguém pessoalmente com uma notícia verdadeiramente falsa. “Eu sempre procurei ensinar aos meus alunos que nem tudo que se mostra ruim ou desagrada precisa ser crime. Tenho sentido uma intolerância generalizada. Todo mundo que lê algo que desagrada quer que seja crime.”

Ela citou, por exemplo, que quando surgiram as primeiras denuncias do Mensalão disseram que era mentira e armação. “As provas demonstraram que a gente tava diante de um grande esquema de corrupção. Depois veio Petrolão, as pedaladas, a Lava Jato. Aquele poderoso que é surpreendido com acusação ataca dizendo que é mentira.”

De acordo com a deputada estadual, ainda é muito vago o conceito de “fake news” e que essa amplitude pode ser perigosa. De acordo com ela, até falar em “desinformação” pode resultar em interpretações errôneas. “Muitos conceitos estão sendo confundidos”, explicou.

“Não adianta achar que as informações só devem transitar por veículos tradicionais porque nem todos tem acesso. Não podemos cair nessa armadilha. Os debates estão muito ideologizados e essa arma é um perigo para a liberdade de todos nós. Eu não estou defendendo grupos políticos, mas estou defendendo que os cidadãos possam falar. Quem vai sair perdendo é a cidadania”, finalizou a deputada.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.