Janot apresenta entre quinta e sexta nova denúncia contra Temer

  • Por Jovem Pan
  • 14/09/2017 11h00 - Atualizado em 14/09/2017 11h00
José Cruz/Agência Brasil Temer (esq.) é o primeiro presidente da história do Brasil denunciado no exercício do cargo

A expectativa em Brasília é de que o procurador-geral Rodrigo Janot apresente entre esta quinta (14) e sexta-feira (15) a segunda denúncia criminal contra o presidente da República Michel Temer. A informação é do repórter Jovem Pan em Brasília José Maria Trindade.

Temer deve ser acusado de organização criminosa e obstrução de justiça em peça que tem mais de 200 páginas, de acordo com o jornal Folha de S. Paulo. A denúncia usará conteúdo da delação do corretor Lúcio Funaro, apontado como operador de propina do PMDB, e da de executivos da JBS.

A obstrução à justiça praticada por Temer teria ocorrido na compra do silêncio de funaro e do ex-presidente da Câmara e aliado do presidente, Eduardo Cunha, hoje preso na Lava Jato.

Janot citará no documento a cúpula do PMDB na Câmara, investigada no “quadrilhão” do partido. A Polícia Federal entregou ao STF na segunda (12) relatório que apontava indícios de crime e a participação de Temer, que teria “poder de decisão” sobre a suposta organização criminosa.

Em notas oficiais, o presidente Michel Temer tem negado todas as acusações e descredibilizado as delações premiadas e a atuação da Procuradoria-Geral.

Próximos passos

Janot apresenta a denúncia ao Supremo Tribunal Federal, que a encaminha ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), aliado de Temer. Maia encaminha a denúncia à Comissão de Constituição e Justiça da Casa, que tem cinco sessões para produzir um relatório. O relatório é encaminhado ao plenário. Para a denúncia ser aberta e Temer responder ao processo no STF, dois terços da Câmara (342 deputados) devem votar a favor da denúncia, conforme determina a Constituição. Caso isso ocorra, Temer fica afastado por até 180 dias, prazo que o Supremo tem para julgar o presidente da República. Neste período, o presidente da Câmara ficaria como interino no Palácio do Planalto.

A situação política de Temer se complica, mas a avaliação geral é de que o presidente consegue se livrar da segunda acusação, como o fez com a primeira, que denunciou o presidente por corrupção passiva:

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