Janot deixa a PGR marcado por flechadas e o enfrentamento da corrupção

  • Por Jovem Pan
  • 17/09/2017 15h10
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Divulgação PGR O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ganha um arco e flecha na cerimônia de despedida da PGR

Rodrigo Janot deixa o cargo de Procurador Geral, em meio a polêmicas, as denúncias feitas contra Michel Temer e a defesa da Lava Jato.

Disposto a batalhas e ao enfrentamento da corrupção. O mineiro Rodrigo Janot foi escolhido por Dilma Roussef, em agosto de 2013, para o cargo de Procurador Geral da República.

Dois anos depois, já no auge da Lava Jato, a então presidente o reconduziu à chefia do Ministério Público. Sempre mais votado na eleição interna do órgão, ele tinha consciência:

As flexadas de Rodrigo Janot incomodaram a classe política e os adversários da área da justiça. O ministro Gilmar Mendes, por exemplo, declarou que o acordo de delação fechado com a JBS foi a maior tragédia da história da procuradoria.

No foco do questionamento de Gilmar Mendes, estava o ex-procurador Marcelo Miler, suspeito de ter ajudado o empresário Joesley Batista. Rodrigo Janot denunciou o presidente Michel Temer duas vezes, a última na quinta-feira, e sempre rebateu as críticas sobre a falta de provas.

Ainda sob o efeito da primeira denúncia, Michel Temer reagiu. Depois da segunda denúncia, o Palácio do Planalto declarou que Rodrigo Janot continuava com a marcha irresponsável para encobrir as próprias falhas.

O procurador também colecionou desafetos no Congresso e teve de ouvir ironias do senador Romero Jucá a respeito de um suposto “fetiche” em relação ao bigode do cacique peemedebista.

Em meio aos ataques dos políticos à Lava Jato, a sucessora de Rodrigo Janot, não foi a mais votada na eleição do Ministério Público Federal. O presidente Michel Temer escolheu Rachel Dodge, a segunda da lista tríplice, e o procurador geral fez a política da boa vizinhança.

Reflexivo, o mineiro Rodrigo Janot nunca perdeu a chance de exaltar o combate à corrupção no Brasil. Com flexadas, contra-ataques, erros e acertos, Rodrigo Janot deixa o cargo depois de quatro anos, mas promete continuar no enfrentamento da corrupção.

Reportagem de Thiago Uberreich

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