Janot diz que vazamento de pedido de prisões provocaria crise institucional
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o vazamento do pedido sigiloso de prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do senador Romero Jucá (PMDB-RR) e do ex-senador José Sarney poderia desencadear “uma crise institucional” no país.
A conclusão de Janot consta do pedido no qual o procurador solicitou ao ministro Teori Zavascki, que rejeitou as prisões dos parlamentares, o fim do sigilo dos pedidos de prisão, que foram baseados nos depoimentos de delação premiada do ex-presidente da Transpetro, empresa subsidiária da Petrobras, Sérgio Machado. O conteúdo das delações foi divulgado na quarta (15) após decisão do ministro.
A petição de Janot foi assinada no dia 9 de junho, dois dias após a informação ter sido publicada pelo jornal O Globo. No documento, o procurador também classificou o vazamento de “ato criminoso” e disse que o responsável por ter repassado a informação ao jornalista tinha a intenção de esvaziar os pedidos.
“Acrescente-se, ainda, que divulgação promovida de forma seletiva e sem o contexto correto dos fatos também tem o potencial de desencadear uma crise institucional, eis que não foram noticiados os fundamentos das providências requeridas pelo procurador-geral e, tampouco, os termos dos depoimentos prestados pelos colaboradores. O desconhecimento acerca dessas informações tem gerado uma série de especulações distorcidas a respeito da atuação do procurador-geral da República e das relações entre as Instituições direta e indiretamente envolvidas”, disse.
Na semana passada, Janot negou que o vazamento de informações sobre os pedidos de prisão tenha partido do Ministério Público Federal (MPF).
Na segunda-feira (13), o procurador enviou ofício à diretoria da Polícia Federal (PF) pedindo a abertura de inquérito para investigar o vazamento de informações dos pedidos de prisão.
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