João Santana e esposa não sabiam de onde vinha o dinheiro, diz advogado

  • Por Jovem Pan
  • 01/08/2016 15h23

Mônica Moura (na foto ao lado do marido Reprodução/TV Brasil Mônica Moura com João Santana - Ag Brasil

O juiz Sérgio Moro autorizou a soltura do publicitário de Dilma e Lula, João Santana, e da sua esposa, Mônica Moura. Em entrevista exclusiva à Jovem Pan, o criminalista responsável pela defesa do casal, o advogado Fabio Tofic, disse que ambos não sabiam de onde vinha o dinheiro que eles recebiam, além de não terem envolvimento nenhum com corrupção e isso foi determinante para que Moro tomasse a decisão.

“Acho que essa é uma questão muito importante. Coisa que a gente bateu desde o primeiro momento nessa tecla, de que eles não são operadores de propina, não são empresários com poder de público, não são funcionários públicos, nunca cobraram propina de alguém ou pagaram propina para alguém. O que eles fizeram foi receber dinheiro errado. Foram remunerados com dinheiro que eles não sabiam de onde vinha. O que afasta completamente qualquer suspeita sobre eles de participação ou conivência com corrupção. Fato que foi, inclusive, confirmado pelo operador que pagou a ele, Zwi Skornicki. Ele isenta o casal completamente de qualquer conivência na prática de corrupção. Então, se essa situação diferenciada já era clara há alguns meses atrás, com a produção da prova perante ao juiz Sérgio Moro, ela ficou ainda mais evidente. E certamente contribuiu para essa decisão de hoje”, afirmou o advogado.

Segundo Tofic, dificilmente João Santana e sua mulher devem participar de alguma campanha nas eleições de 2016, mas isso é algo que ainda não foi conversado pelo casal.

“Nós ainda não conversamos com eles pra avaliar quais são as consequências exatas dessa decisão. Então isso, com certeza, a gente vai ter que sentar, olhar com calma e avaliar os efeitos disso. Mas, certamente, eu posso garantir que, por enquanto, não há o menor interesse deles de participar de campanha no Brasil”, disse.

O advogado voltou a afirmar que o casal não sabia a procedência do dinheiro recebido e, novamente, descartou o envolvimento de Santana e Moura com corrupção. De acordo com ele, o prestador de serviço acaba não sabendo de onde a verba vem, mas existem muitas razões para o empresário doar dinheiro “por fora”.

“O prestador de serviço de uma campanha, quando recebe por fora, ele não sabe se aquilo é de propina ou de outra fonte. Porque existem muitas razões (…) pro empresário doar por fora. Doar de forma não contabilizada. A corrupção é uma dessas razões. Mas ele pode estar doando porque não quer aparecer, porque não quer vincular o nome dele a um candidato, ele pode estar doando dessa forma porque o candidato não quer se vincular ao empresário, àquela empresa determinada a tal candidato, ou porque já estourou o teto. (…) Então, a instrução provou, de forma muito clara, que eles não sabiam. (…) Então é justamente essa prova que me parece ter sido um divisor de águas para que se chegasse numa decisão como hoje”, explicou Tofic.

Confira no áudio acima a entrevista completa do advogado Fabio Tofic, responsável pela defesa de João Santana e sua mulher, Mônica Moura.

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