Joesley e Saud deixam sede da PF em São Paulo e seguem a Brasília
Os executivos da J&F Joesley Batista e Ricardo Saud deixaram na manhã segunda-feira (11) a sede da Polícia Federal em São Paulo e rumaram ao Aeroporto de Congonhas, onde embarcam para Brasília.
Na capital federal, Joesley e Saud passam pela superintendência da PF e pelo Instituto Médico Legal (IML). A defesa da dupla requisitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o exame de corpo de delito fosse feito em Brasília e foi atendida.
As prisões dos empresários da JBS, autorizadas no fim de semana pelo ministro do STF Edson Fachin, são temporárias, ou seja, têm prazo de cinco dias. Se convertidas em prisões preventivas, não há prazo para os delatores deixarem a cadeia.
Joesley Batista e Ricardo Saud gravaram áudio de si mesmos, antes de fecharem o acordo de colaboração com o Ministério Público Federal, em que falam em “virar amigos de Janot”, não serem presos e salvarem a empresa. Eles também citam o ex-procurador Marcelo Miller, que estaria articulando a delação antes de deixar a Procuradoria para atuar no escritório que defendia os interesses da J&F. Miller e os executivos da JBS tiveram suas casas revistadas pela Polícia Federal nesta segunda (11).
O áudio não havia sido divulgado no primeiro momento da delação e os colaboradores podem ter os benefícios do acordo cancelados.
Já o governo de Michel Temer, principal atingido pela delação da JBS, se articula para tentar anular todas as provas produzidas no acordo com a holding que controla o frigorífico. A delação da JBS embasou a primeira denúncia contra o presidente da República, rejeitada pela Câmara dos Deputados, e pode compor as acusações de uma segunda acusação que está sendo preparada pelo procurador-geral Rodrigo Janot.
A defesa dos executivos garante que eles “não mentiram nem omitiram informações no processo que levou ao acordo de colaboração premiada e que estão cumprindo o acordo”. O advogado Antonio Carlos Kakay, que assumiu a defesa de Joesley, criticou Janot nesta segunda (11) em entrevista exclusiva à Jovem Pan por supostamente descumprir termos da delação e chamou o fim do mandato do procurador-geral de “melancólico”.
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