Polícia investiga tortura contra jovem após furto de chocolate em supermercado de SP

Em vídeo, rapaz aparece nu, com as mãos amarradas e a boca amordaçada sendo chicoteado pelos seguranças

  • Por Jovem Pan
  • 02/09/2019 20h20 - Atualizado em 02/09/2019 20h27
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Reprodução/Google Maps supermercado-ricoy Polícia Civil está tentando identificar os suspeitos para que sejam intimados para prestar depoimento

Foi instaurado nesta segunda-feira (2) um inquérito policial para apurar crime de tortura contra um jovem de 17 anos. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o adolescente sendo chicoteado por dois seguranças do supermercado Ricoy, na Avenida Yervant Kissajikian, em Vila Joaniza, Zona Sul de São Paulo, após supostamente ter tentado furtar um chocolate.

Segundo o conselheiro do Conselho Estadual de Direitos Humanos (Condepe), Ariel de Castro Alves, a vítima foi ouvida no final desta tarde na 80ª Delegacia de Polícia na Zona Sul. “É um caso gravíssimo de tortura. Existem indícios contundentes deste crime”, afirmou Alves, que está acompanhando a investigação e cobra “a punição dos responsáveis por esses atos bárbaros e cruéis”.

Nas imagens, o rapaz aparece nu, com as mãos amarradas e a boca amordaçada, sendo chicoteado. De acordo com o Boletim de Ocorrência, a vítima “tentou sair do local com um chocolate sem efetuar o pagamento”. Na porta, foi abordada por um dos seguranças, “o qual já conhece há algum tempo”. Eles o levaram para um quarto no fundo do estabelecimento. “Ali, ele foi despido, amarrado e amordaçado e passou a ser torturado com um chicote de fios elétricos trançados por 40 minutos, sendo agredido o tempo todo”.

Conforme o documento, o jovem não quis registrar o BO logo após a agressão pois temia pela sua vida. “Na saída, ouviu um deles dizer que caso falasse algo para alguém iria matá-lo.”

A Polícia Civil está tentando identificar os suspeitos para que sejam intimados para prestar depoimento. A tortura, segundo a Lei 9.455 de 1997, “ocorre quando alguém é submetido, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental”. A pena varia de dois a oito anos de prisão.

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