Jucá chama senador Telmário Mota (PDT) de ‘bandido’ e ‘desqualificado’

  • Por Estadão Conteúdo
  • 24/05/2016 13h15
EFE Romero Jucá - EFE

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) chamou, nesta terça-feira (24), o senador Telmário Mota (PDT-RR) de “bandido” e “desqualificado”. Adversário político de Jucá em Roraima, o parlamentar pedetista protocolou, em nome de seu partido, representação contra o peemedebista no Conselho de Ética do Senado. Ele acusa Jucá de quebrar o decoro parlamentar e tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato. 

“Qualquer representação é legítima. Agora, se nós formos ver os autores, um deles é um bandido, sua mulher, inclusive, está sendo presa hoje. O senador Telmário Mota roubou dinheiro na Assembleia Legislativa de Roraima para sustentá-lo. Portanto, ele é um desqualificado. O outro é o Carlos Lupi (presidente nacional do PDT), que não merece nenhum tipo de comentário. Então, qualquer tipo de representação, partida do PDT, vou considerar uma brincadeira”, disse o ministro afastado, sem dar mais detalhes das acusações. 

Na representação, Telmário usa como embasamento trechos da conversa entre Jucá e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado (PMDB-CE), divulgados, na última segunda-feira (23), pelo jornal Folha de S.Paulo. No diálogo, o senador peemedebista propõe um “pacto” do governo Temer para estancar as investigações da Lava Jato. A conversa acabou provocando a saída do parlamentar do Ministério do Planejamento.

De acordo com Jucá, a conversa com Machado ocorreu “de manhã cedo”, em sua residência, em Brasília, enquanto tomava café. Na conversa, o senador afirma que os dois também falaram sobre outros assuntos políticos e econômicos e, entre eles, o processo de “remontagem” do PMDB. “Tudo o que eu disse ali vou explicar amanhã (no plenário do Senado)”. 

O político evitou criticar diretamente Machado pela divulgação do áudio. Na avaliação do senador, cabe ao o ex-presidente da Transpetro explicar as gravações. “Se ele teve a capacidade de gravar várias pessoas da forma que gravou, não me cabe discutir (nos bastidores, fala-se que ele gravou o presidente do Senado, Renan Calheiros). Não vou avaliar o comportamento de ninguém. Portanto, se ele tomou essa posição, ele que deve explicar”. 

Defesa

Jucá afirmou que irá se defender, já na próxima quarta-feira (24), no plenário do Senado, das acusações que vem sofrendo após o vazamento. “Tratarei no discurso do plenário do Senado (as acusações) e estarei à disposição para debater”.

O peemedebista manteve o discurso de que tudo que falou também disse à imprensa e reforçou que não realizou nenhuma ação para impedir a Lava Jato. “Falei com ele apenas como senador da República”, disse, antes de reforçar que não cometeu nenhum ato irresponsável. 

Para finalizar, o parlamentar reiterou que encaminhou ao Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, uma correspondência onde solicita informações sobre possíveis crimes em sua fala com Machado. “Falei para o presidente em exercício, Michel Temer, que me afastei do ministério enquanto a PGR não responder essa questão”.

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