Jungmann rebate ONU e diz que atuação de Forças Armados no Rio é exemplar
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse nesta quarta-feira (7) que a atuação das Forças Armadas em operações de segurança pública no Rio de Janeiro “tem sido exemplar”. A declaração foi uma resposta a um discurso do alto comissário das Nações Unidas para Direitos Humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein, em que ele diz estar preocupado com o emprego das Forças Armadas no estado fluminense.
Jungmann usou como exemplo os casos em que foi autorizada a Garantia da Lei e da Ordem (GLO), quando militares entram em ação em situações específicas, em cidades brasileiras. “Nós já fizemos 11 GLO. Me digam que desrespeito aos direitos humanos foram feitos pelas Forças Armadas até aqui? Qual denúncia que teve? São mais de 90 mil homens e mulheres, somando as 11 [operações]. Acredito que a performance das Forças Armadas nas GLO tem sido exemplar”, disse o ministro.
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, também defendeu a atuação dos militares, ao mesmo tempo em que reconheceu a ocorrência de violência em incursões nas comunidades da cidade. “Tudo na vida pode ser perigoso, mas o Exército tem competência e tecnologia para reduzir os danos. É impossível também fazer uma incursão numa comunidade carente sem que haja uma certa ação de violência, porque a criminalidade ali é muito forte”.
Crivella citou o uso de drones em uma operação do Exército hoje, na cidade, como exemplo de redução de danos: “Para que não tenha danos colaterais à população, (é importante) o uso de drones e outras tecnologias, uso de inteligência, ‘plantar’ pessoas antes para verificar onde é a ação dos traficantes e onde estão as armas. Isso o Exército sabe fazer e com certeza fará”.
O alto-comissário da ONU também condenou um suposto pedido de anistia prévia para eventuais atos que possam ser cometidos durante o período da intervenção. “Eu condeno apelos de oficiais do alto escalão do Exército por medidas que equivalem, na verdade, a uma anistia preventiva para quaisquer tropas que possam cometer violações de direitos humanos”.
Jungmann rebateu a possibilidade de tal anistia. “Eu não entendo onde existe uma intenção, uma regulação no sentido de anistiar previamente qualquer possível delito. Isso não existe. Eu nem aceitaria qualquer tipo de anistia preventiva, algo que significasse um delito e não passasse pela Justiça do nosso país. Isso seria inaceitável”.
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