Justiça do Rio converte prisão de prefeito de Japeri em preventiva
De acordo com a denúncia oferecida pelo MP, o prefeito e vereadores do município integravam o núcleo político de uma organização criminosa que domina o tráfico de drogas no Complexo do Guandu, em Japeri. Eles se aproveitariam do peso e prestígio de seus cargos para atuar em favor dos interesses criminosos, repassando informações privilegiadas a traficantes.
Na decisão, o juiz Paulo César Vieira alegou que a prisão preventiva se legitima “quando evidenciada a necessidade de se interromper ou diminuir a atuação de integrantes de organização criminosa”. “No mais, absolutamente inadequada a espécie a fixação de qualquer outra medida cautelar que não a prisão preventiva, considerando a gravidade do crime, as circunstâncias do fato e as condições especiais do indiciado, conforme concretamente especificado no corpo desta decisão”, argumentou.
O prefeito foi flagrado, por meio de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, em diálogos com um traficante. Para as autoridades, as conversas conteriam indícios de comprometimento do político com a defesa dos interesses da organização criminosa
O traficante também já teria telefonado para o prefeito e para outras pessoas influentes do município. O objetivo seria interromper uma operação policial contra a realização de um baile funk promovido pelo tráfico na localidade. Nos diálogos interceptados, fala-se que o lucro mensal do tráfico com essa atividade chegaria a R$ 100 mil.
O MPRJ também obteve junto ao Judiciário a suspensão do exercício da função pública do prefeito e dos dois vereadores. A defesa do prefeito disse que Moraes nunca se associou com traficantes e que vinha atuando “para rechaçar o tráfico de drogas”.
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