Justiça manda prender delegada Adriana Belém em ação contra jogos de azar no Rio

Adriana Belém foi denunciada por facilitar a operação de máquinas caça-níqueis; operação também visa bicheiro e assassino de Marielle Franco

  • Por Jovem Pan
  • 10/05/2022 15h39 - Atualizado em 10/05/2022 16h04
Reprodução/Instagram/@delegadaadrianabelem333 Delegada Adriana Belém Delegada Adriana Belém estaria envolvida em um esquema de facilitação de jogos de azar

A 1ª Vara Especializada do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) solicitou a prisão da delegada Adriana Belém nesta terça-feira, 10. A policial era alvo da Operação Calígula, que investigava o funcionamento de uma rede de jogos de azar, bem como seus operadores, e um possível acobertamento do poder público. Na casa de Adriana, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, a força-tarefa encontrou e apreendeu quase R$ 2 milhões em espécie, guardados em embalagens de lojas de grifes e escondido em seu closet. O juiz Bruno Monteiro Ruliere, em sua decisão, alegou que “o gigantesco valor em espécie arrecadado na posse da acusada, que é Delegada de Polícia do Estado do Rio de Janeiro, aliado aos gravíssimos fatos ventilados na presente ação penal, têm-se sérios e sólidos indicativos de que a ré apresenta um grau exacerbado de comprometimento com a organização criminosa e/ou com a prática de atividade corruptiva (capaz de gerar vantagens que correspondem a cifras milionárias)”.

Ruliere alega ainda que, em função dos recurso encontrados em sua casa, há a possibilidade de que “em liberdade, a ré destrua ou oculte provas ou crie embaraços aos atos de instrução criminal”. A rede de jogos de azar seria explorada pelo bicheiro Rogério de Andrade, e pelo policial militar reformado e assassino da vereadora Marielle Franco, Ronnie Lessa. Segundo a denúncia, a delegada teria negociado com Lessa um tratado para que 80 máquinas caça-níqueis apreendidas fossem liberadas. O pagamento seria realizado por Rogério de Andrade. Ambos seriam os comandantes de uma estrutura no Rio de Janeiro, e em outros Estados, que estabeleciam acordo de corrupção para que jogos de azar fossem ‘acobertados’ pelo poder público. A Operação Calíngula apreendeu até o momento, além dos recursos na casa de Belém, 11 pessoas, um pen drive, um HD, um notebook, oito aparelhos de telefones celular.

 

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