Justiça torna réus 14 executivos envolvidos em corrupção no Metrô de SP

Irregularidades teriam sido cometidas entre 2004 e 2014 na construção e ampliação de linhas

  • Por Jovem Pan
  • 09/08/2019 20h30 - Atualizado em 09/08/2019 20h32
Governo de SP metro

A Justiça Federal em São Paulo tornou uma denúncia da Operação Lava Jato no estado e tornou réus 14 executivos por envolvimento com irregularidades em obras no Metrô paulista. Os crimes de corrupção teriam sido cometidos entre 2004 e 2014.

As irregularidades beneficiaram as empreiteiras Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e OAS nas concorrências das ampliações das linhas 2 (verde) e 5 (lilás) e na concessão da parceria público-privada para a construção da linha 6 (laranja) do Metrô. Um diretor do órgão também foi denunciado.

A denúncia do Ministério Público Federal foi recebida pela juíza federal substituta Flavia Serizawa e Silva, da 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo. A peça contou com a delação premiada do ex-diretor do Metrô, Sérgio Correa Brasil, que admitiu ter recebido pagamentos das construtoras para favorecê-las em concorrências.

A partir de 2004, quando as obras da linha 2 tiveram início, Brasil teria recebido R$ 2 milhões em propina das construtoras por mantê-las durante 14 anos no páreo. No caso da linha 5 (Lilás), ele trabalhou para elas ficassem com o “filé” da obra, cuja técnica construtiva exigia o uso do “tatuzão” em 60% do trecho planejado. Somente Odebrecht, OAS, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e Camargo Corrêa tinham o certificado para construir no país com esse equipamento.

O terceiro episódio de corrupção, envolvendo a linha 6 (laranja) ocorreu quando Brasil ocupava o cargo de assessor de parcerias público-privadas na Secretaria de Planejamento. O caso envolveu uma série de favorecimentos e manipulações em editais para que a Odebrecht ganhasse a licitação e iniciasse a obra posteriormente, em 2014, em parceria com a Queiroz Galvão. Pelo trabalho, o ex-assessor recebeu R$ 700 mil.

Além da colaboração do próprio executivo, os fatos foram confirmados pelas delações da Odebrecht e de outras construtoras e por dados oficiais repassados pela companhia. Também seguem abertas investigações separadas que apuram o crime de cartel pelas empreiteiras nas linhas 2, 5 e 6 e crimes no processo de licitação e construção da linha 4 do Metrô.

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