Lava Jato é fruto de apoio da sociedade, diz Dallagnol

  • Por Estadão Conteúdo
  • 26/08/2017 10h14
Cerimônia de devolução a Petrobras de valores recuperados pela Operação Lavajato. Na Foto: Deltan Dallagnol, procurador e coordenador da Operação Lavajato (José Cruz/Agência Brasil) José Cruz/Agência Brasil - 2015 Procurador do Ministério Público Federal, Deltan Dallagnol, destaca que as empreiteiras faziam o chamada "jogo de cartas marcadas"

A Operação Lava Jato é fruto de um grande apoio da sociedade, com um novo modelo de investigação, baseado em fases, na qual as delações premiadas são o ponto de partida, destacou Deltan Dallagnol, procurador da República e membro da força-tarefa Lava Jato no Ministério Público Federal no Paraná. “Outro pilar é a cooperação dentro do Ministério Público. Jamais houve tanta cooperação entre os órgãos brasileiros e internacionais, a Operação Lava Jato se relaciona, hoje, com mais de um quinto dos países do mundo”, afirmou Dallagnol em palestra no Congresso Internacional de Mercados Financeiros e de Capitais, organizado pela B3, em Campos do Jordão.

Segundo ele, a comunicação da Operação Lava Jato feita com a sociedade ajudou a levar entendimento e apoio da população. Dallagnol explicou também que as empreiteiras formavam cartéis para corromper agentes econômicos e políticos; “Eles combinavam quem ganhava as licitações em um jogo de cartas marcadas”, disse

Em sua apresentação, Dallagnol mostrou que a Operação identificou o pagamento de cerca de R$ 6,2 bilhões em propinas, o que gerou prejuízo à sociedade da ordem de R$ 42 bilhões. “Até aqui, aproximadamente R$ 10 bilhões já foram ressarcidos aos cofres públicos”, afirmou. Ao todo, a Lava Jato contabiliza hoje 280 acusados e mais de 100 condenados. Segundo ele, as propinas representavam cerca de 3% do valor dos contratos. “O cálculo é que a corrupção por ano no Brasil soma R$ 200 bilhões”.

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