Lava Jato é “imparável”, diz presidente do STF Cármen Lúcia
Para a presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, a Operação Lava Jato é “imparável”.
Questionada pelo Portal Jovem Pan após participar do fórum Mitos e Fatos se ela temia alguma mudança no rumo da Lava Jato, Cármen Lúcia sorriu e decretou a frase simples: “é imparável”.
Depois, cercada por jornalistas, a ministra respondeu que não está pautada na Corte nenhuma reavaliação da prisão para condenados em segunda instância.
Pouco antes, porém, Cármen Lúcia recebeu recado do juiz federal Sergio Moro, que também participou do fórum: “estou preocupado com a segunda instância”. Ao que Cármen respondeu: “eu não mudei”.
Em outubro de 2016, a maioria do Supremo definiu que a Constituição não impede a prisão antes do transitado em julgado (julgamento de todos os recursos ao STF ou STJ). A possibilidade de detenção mais célere apressou acordos de delação de investigados e presos preventivos da Lava Jato.
Naquele julgamento, Cármen Lúcia, já presidente da Corte, reafirmou o posicionamento que já dera em 2010 a favor da prisão pós-condenação em segunda instância.
No último dia 8 de agosto o julgamento de um habeas corpus questionando a prisão em segunda instância foi interrompido por vistas do ministro Edson Fachin na Segunda Turma. Ricardo Lewandowski (relator), Gilmar Mendes e Celso de Mello votaram entendendo que o réu pode responder em liberdade até ter o último recurso julgado pela terceira instância.
“Quero mudar o Brasil”
Na palestra que deu ao fórum “Mitos e Fatos – Justiça Brasileira” produzido pela Jovem Pan, Cármen Lúcia fez um emocionado e otimista discurso.
Assista à palestra completa abaixo:
Professora em Minas Gerais, a presidente do STF parecia dar uma aula aos convidados ao versar contra a corrupção no Brasil nos planos ético e legal.
“A ética não é uma escolha. É a ética ou o caos”, afirmou. “Eu gosto muito do Brasil, eu confio no Brasil. “Eu quero mudar o Brasil, não quero me mudar do Brasil”, disse Cármen Lúcia, destacando seu papel nesse sentido como presidente do Supremo. O nome dela chegou a ser cogitado por pares no judiciário para eventual eleição indireta à Presidência da República.
“Precisamos acabar com privilégios e transformar isso daqui numa República verdadeira”, discursou ainda a ministra em outro momento. “A honestidade é um dever de cada um de nós (servidores públicos)”, disse, citando artigos constitucionais que exigem a probidade administrativa.
“Precisamos dar uma resposta coerente com o que se espera de nós do Judiciário, Ministério Publico e polícia”, reconheceu também Cármen Lúcia. “Hoje temos fome de justiça”, concluiu.
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