Lava Jato é oportunidade para repaginar o Brasil, diz ministro Gilmar Mendes

  • Por Jovem Pan
  • 27/01/2016 22h15
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O ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, participa de sessão temática sobre reforma política, no Senado (Antonio Cruz/Agência Brasil) Antonio Cruz/Agência Brasil Ministro do TSE e do STF Gilmar Mendes

 Em entrevista exclusiva ao repórter Claudio Tognolli, da Jovem Pan, o Ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes classificou as descobertas da Operação Lava Jato como “um momento muito importante” e disse que o esquema de desvios na Petrobras desvendado pela operação da Polícia Federal “certamente é o maior escândalo que tivemos na República, independente de época”.

“As instituições todas, o Judiciário, o Ministério Público, a Polícia Federal têm dado uma grande contribuição para os esclarecimentos que nós vamos ter, talvez, a oportunidade de repaginarmos o Brasil, termos novas perspectivas no que diz respeito ao controle, ao modelo de gestão pública”, afirmou Mendes.

Questionado sobre o que pensa a respeito do suposto envolvimento do ex-presidente Lula em caso investigado pela nova fase da Lava Jato deflagrada nesta quarta (27), Mendes economizou nas palavras: “isso está sendo analisado, especulado pela imprensa e, certamente, pelos próprios investigadores”. Mas emendou em seguida, dizendo que é algo que percebe desde o mensalão: “esses fatos todos que ocorreram não se deram por geração espontânea, isso precisa ser articulado. Alguém planejou”, disse, sem citar diretamente o ex-presidente.

O ministro do STF também comentou a carta de advogados criticando métodos da Operação Lava Jato. Mendes diz não atribuir um significado maior a esse debate, entende que o fato de alguns defensores que assinaram o manifesto estarem defendendo empreiteiros investigado na operação “não os deslegitima” e disse: “é natural que haja essas insurgências, essas críticas, e é até bom que haja”, segundo o ministro, para evitar-se eventuais excessos nas investigações.

Crise

Gilmar Mendes também comentou as crises por que passa o Brasil. “Parte da crise econômica está associada a um modelo de gestão e provavelmente esse modelo de gestão tenha sido adotado por razões eleitorais”, disse o ministro. “No atual contexto, temos agravamento da crise econômica pela crise política. Nesse momento não sabemos qual é maior”, opinou.

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