Lava Jato expôs ‘monstro da corrupção’ aos brasileiros, diz Deltan

Em entrevista exclusiva, coordenador da força-tarefa destacou os principais méritos dos 6 anos de operação

  • Por Camila Corsini e Carolina Fortes
  • 17/03/2020 15h25 - Atualizado em 17/03/2020 16h46
Pedro de Oliveira/ALEP Ex-procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol De acordo com procurador, a população hoje dá mais atenção a "assuntos políticos"

O coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, o procurador da República Deltan Dallagnol, avaliou que o fortalecimento da cidadania nos últimos anos é um dos maiores ganhos da operação — que completa seis anos nesta terça-feira (17).

“Uma das maiores vantagens, o mérito da Lava Jato, foi contribuir para um processo de fortalecimento da cidadania dos brasileiros. Isso pode nos levar a um resultado diferente.”

Em entrevista ao JP Descomplica, podcast da Jovem Pan, Dallagnol destacou que, embora relevantes, os números — 500 pessoas acusadas, 293 presos e R$ 4 bilhões recuperados — não são a maior contribuição da Lava Jato ao Brasil.

“Eu chamaria a atenção para o diagnóstico que a operação fez da corrupção política macro brasileira: o que a Lava Jato fez foi expor o monstro da corrupção, toda a doença e a gravidade. As pessoas pensavam que a corrupção estava ligada ao lado mais burocrático, de funcionários públicos. A Lava Jato mostrou que existe uma grande corrupção partidária.”

De acordo com o procurador, uma mudança relevante que se pode notar no comportamento da população desde 2014 é a importância que hoje se dá a assuntos políticos.

“Hoje as pessoas conhecem os ministros do STF por nome, muitas pessoas acompanharam a votação da presidência do Senado como se fosse final de Copa do Mundo de futebol. Temos uma consciência maior sobre o problema da corrupção e como enfrentá-lo”, finalizou.

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