Lava Jato investiga novo elo de laranjas com João Santana

  • Por Estadão Conteúdo
  • 27/04/2016 08h51
PR - LAVA-JATO-MARQUETEIRO-PT-ESPOSA-PRISÃO - GERAL - O marqueteiro do PT, João Santana (d) e sua esposa Monica Moura (e) chegam ao Instituto Médico Legal de Curitiba (PR), após serem presos durante a 23ª fase da Operação Lava Jato da Polícia Federal, nesta terça-feira (23). A operação investiga desvios de dinheiro na Petrobras. 23/02/2016 - Foto: CASSIANO ROSÁRIO/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Cassiano Rosário/Estadão Conteúdo Monica Moura

A força-tarefa da Operação Lava Jato investiga um repasse de R$ 148,5 mil de empresa do marqueteiro João Santana à produtora Like Filmes. Os investigadores suspeitam que a Like seja a mesma NDEC, ligada aos empresários Armando Peralta e Giovani Favieri. Peralta e Favieri são pivôs do empréstimo de R$ 12 milhões tomado pelo PT no Banco Schahin, por meio do pecuarista José Carlos Bumlai.

A Like Filmes, uma produtora de vídeos, aparece na quebra de sigilo de uma das empresas de Santana – preso desde 23 de março, em Curitiba. A Like recebeu R$ 148,5 mil em 2014, ano em que o marqueteiro tinha como principal campanha eleitoral a da presidente Dilma Rousseff.

Em 2006, o Ministério Público Federal da Bahia chegou a abrir investigação por pagamento suspeito entre a NDEC, ligada aos dois empresários, e à agência Santana e Associados Marketing e Propaganda. Agora, a força-tarefa investiga se a Like foi utilizada pela NDEC, cujo nome fantasia é Vídeo Brasil Central (VBC), para receber novos repasses indevidos.

Os pagamentos de produtoras da campanha de 2014 estão sob a análise do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As descobertas da Lava Jato, que agora retomará as apurações que envolvem João Santana e a Operação Acarajé, podem ajudar o órgão. Peralta e Favieri atuaram nas campanhas de Marta Suplicy (PMDB-SP) ao governo de São Paulo, em 1998, e à Prefeitura da capital paulista, em 2000.

Em depoimento à Polícia Federal, Bumlai disse que a operação de empréstimo no Banco Schahin a pedido do PT foi acertada com Peralta e Favieri. A Lava Jato considera ter provas de que a dívida foi paga com contrato da Petrobras dirigido ao Grupo Schahin, para operação de um navio-sonda, no valor de US$ 1,6 bilhão.

No registro da Junta Comercial de São Paulo, a Like e a filial da VBC em São Paulo estão ativas no mesmo endereço e têm o mesmo capital social (R$ 50 mil). Segundo os documentos, a Like está em nome de Claudinei Eufrásio Barbosa e Orlando Rocha, ligados a Peralta e a Favieri.

Defesas

Procurados, Armando Peralta e Giovani Favieri não foram localizados. Em conversa anterior, Favieri negou que a Like seja a NDEC e disse que não há vínculo com o PT. A Like Filmes foi procurada no telefone fornecido no seu site, sem sucesso. O e-mail da produtora está desativado. A Polis Propaganda, de João Santana, informou que “não comenta esse tipo de especulação”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.