“A lei é para todos”, diz Skaf sobre pedidos de prisão de peemedebistas

  • Por Estadão Conteúdo
  • 10/06/2016 17h52
Antonio Cruz / Agência Brasil Paulo Skaf

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, disse nesta sexta-feira, 10, que “a lei é para todos” e que, “se for comprovado crime, tem que haver punição”. Ele fez a afirmação ao ser perguntado sobre o que achava dos pedidos de prisão contra membros de peso do PMDB, sigla a qual Skaf é filiado. “É natural que a lei tem que ser para todos”, disse. 

Skaf fez questão, no entanto, de destacar que a sua posição e a da Fiesp são de separar o trilho da crise política do trilho da economia. Segundo ele, a crise política tem o seu tempo e tem que ser respeitado, mas os 200 milhões de habitantes que querem emprego, o empreendedorismo e a necessidade do povo brasileiro não podem ficar marginalizados nessa história. 

“Então nós queremos um trilho em que corra a crise política e um outro em que corra a economia”, disse Skaf. Acrescentou que a sensação é de que a economia já está encostando no fundo do poço e que há uma possibilidade de que seja retomado o crescimento. Skaf afirmou que a entidade acabou de revisar a sua projeção de Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, de uma queda de 4% a 5% para um recuo de 2% a 3%. 

O dirigente da Fiesp reafirmou que o governo precisa cortar gastos e desperdícios, porque, segundo ele, há uma arrecadação muito alta no Brasil, de R$ 2 trilhões, e só o governo federal tem um orçamento R$ 1,1 trilhão. “Se aumentar impostos fosse a solução, estaríamos com a saúde financeira perfeita. Até porque ao longo dos anos os impostos aumentaram e não diminuíram”, afirmou. 

Ontem, Skaf disse ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e ao presidente em exercício, Michel Temer, que a Fiesp é radicalmente contra o aumento e a criação de novos impostos. Ao ser indagado se será ouvido por Meirelles, que é considerado um superministro de Temer, Skaf disse que ministros e superministros fazem parte do governo e que a sociedade já deu mostras de que pode impedir decisões de ministros e de superministros. “Eu sou parte da sociedade e estarei com ela em todo o tempo para evitar aumento de impostos”, afirmou.

Skaf disse também que não era o momento para o governo reajustar o salário dos servidores públicos, que deve ter impacto de R$ 60 bilhões nas contas públicas até 2019. “Essa é uma decisão de governo, mas não era o momento para elevar salários e gastos. É o momento de se buscar eficiência. O meu partido aqui é a Fiesp, e eu não estou em campanha de nada”, disse Skaf, após ter recebido o ministro da Cultura, Marcelo Calero.

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