Líder do Governo diz que houve ilegalidade na eleição da comissão do impeachment
O líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), fez duras críticas ao sistema de votação usado para eleger, há pouco, a comissão especial que vai analisar se abre ou não o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
“Esta vitória que a oposição obteve foi construída por mudanças de regras. É uma vitória que não atinge os objetivos da oposição, que quer construir votos para o impeachment da presidente”, disse Guimarães, referindo-se aos 272 votos atribuídos à chapa oposicionista, que foi vencedora. Para que o processo de impeachment seja aprovado, são necessários 342 votos (2/3 dos deputados).
Guimarães acusou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, de cometer ilegalidades ao definir o processo de eleição. “A primeira ilegalidade é política. Nós enterramos o papel do Colégio de Líderes, na medida em que o líder não pode mais indicar nada, tudo que é decidido em Colégio de Líderes é depois alterado pelo presidente [da Câmara], em conluio com a oposição”, esbravejou o líder.
O líder do governo também criticou Cunha por não dar a palavra aos líderes para que pudessem questionar o sistema de votação antes do início do processo. “Não é possível estarmos discutindo um tema tão sério sem que as bancadas possam expressar suas posições. Isso não pode acontecer no Plenário desta Casa. Isso fere todas as normas do processo democrático”, disse.
Por fim, Guimarães falou contra a decisão de Cunha de votação pelo sistema secreto. “Estou confiante que o Supremo Tribunal Federal reverta tudo isso. Foi uma ilegalidade”, disse Guimarães. Ele citou o caso recente de votação aberta no Senado que autorizou a prisão de um senador do PT.
Mais cedo, Guimarães já havia convocado todos os líderes da base do governo para, segundo ele, discutir a pauta de votações da Câmara dos Deputados.
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