Líder do governo no Senado cobra Temer por vaga para PSDB
Responsável pela articulação do governo no Senado, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) cobrou nesta sexta-feira (9) do Palácio do Planalto uma solução rápida sobre a possibilidade de o líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA), ocupar a vaga de Secretário do Governo. “Acho importante o governo prover logo esse cargo. O nome do Imbassahy recebendo flechadas de todos os lados é muito ruim para ele. Ele não merece. Essa situação, de vai ou não vai, é ruim”, afirmou Nunes
O líder ressaltou, contudo, que, independentemente da decisão do Palácio do Planalto, o PSDB irá manter o apoio o governo no Congresso Nacional. “Lógico que o presidente tem que levar em conta a maioria parlamentar. Não é essa indicação que vai levar o PSDB a apoiar ou deixar de apoiar o governo. A minha preocupação é não deixar que essa situação vire fonte de desgaste para o líder do PSDB na Câmara”, ressaltou. “O Imbassahy é uma pessoa ultra qualificada para o cargo.”
Questionado sobre qual seria o melhor momento para o governo confirmar o nome do deputado, o Aloysio Nunes respondeu: “Não nasci ontem para dar prazo para presidente”.
Até esta quinta-feira, 8, estava tudo acertado entre o presidente Michel Temer e a cúpula do PSDB para que os tucanos assumissem a Secretaria de Governo. Nas conversas ficou acordado que a pasta seria “turbinada” com temas federativos e não ficaria apenas com a função de atuar “atrás do balcão”, ou seja, na articulação política com o Congresso.
De acordo com integrantes da cúpula do PSDB, o nome de Imbassahy é fruto de um acordo interno em que foram consultados integrantes da bancada do Senado e da Câmara, governadores da legenda e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Segundo auxiliares do presidente, envolvidos nas negociações e ouvidos pela reportagem nesta sexta-feira, apesar das reações contrárias de parte do PMDB da Câmara e do chamado Centrão, a indicação de Imbassahy não está descartada. Mas o vazamento “precipitado” das conversas entre Temer e a cúpula do PSDB fez com que a confirmação do tucano para a pasta ficasse em “stand by”.
Antes de avançar na decisão, o presidente gostaria de consultar os integrantes do PMDB no Congresso, considerados como detentores do cargo, ocupado até o último dia 25 de novembro por Geddel Vieira Lima (PMDB-BA). O peemedebista deixou o posto após ser acusado pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero de pressioná-lo para liberar uma obra no centro histórico de Salvador, onde é proprietário de um apartamento.
Além do PMDB, Temer também gostaria de levar a questão para os demais integrantes da base aliada, para só depois bater o martelo. O vazamento das conversas entre o presidente e a cúpula do PSDB acarretou numa forte reação de peemedebistas na Câmara e ameaças de integrantes do Centrão (composto por PP, PR, PSD, PTB, entre outros) que pretendem obstruir a votação do projeto da Reforma Previdenciária, enviado pelo Palácio do Planalto nesta semana.
Recesso
Apesar de não cobrar uma data, o líder do governo no Senado, Aloysio Nunes, considera importante a ocupação da pasta mesmo que ela ocorra na próxima semana, a última de atividades no Congresso. “É um lugar importante que o governo precisa, mesmo durante o recesso. Já ocupei esse cargo. Ali se faz a ligação do presidente com o mundo político, com sociedade civil, prefeitos, governadores”.
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