Lideranças entregam plano para combater Covid-19 nas favelas do Rio

  • Por Jovem Pan
  • 01/05/2020 15h49
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EFE/Fernando Bizerra coronavirus-brasil-favela Considerando-se apenas aquelas que são reconhecidas como bairros pela prefeitura, já foram registrados mais de 200 casos e mais de 30 mortes

Pesquisadores e lideranças comunitárias entregaram nesta sexta-feira (1º) ao estado e ao município do Rio de Janeiro um plano para combater a pandemia do novo coronavírus nas favelas. O documento traz 13 ações de prevenção, atendimento médico e apoio social para evitar novas infecções e reduzir o impacto da pandemia entre a população.

A entrega foi feita de forma virtual durante uma videoconferência com a participação dos pesquisadores, moradores das comunidades e representantes do governo do estado e da prefeitura.

“Esse movimento surgiu de um sentimento de muita angústia e de urgência, e de uma percepção que vai ficando cada vez mais clara que estamos vivendo um momento novo na vida de todos nós. Isso faz com que nosso sinal de alerta esteja elevado, quando a gente pensa na consequência, na medida em que a Covid chega às favelas e às periferias”, afirma o pesquisador da Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio) Marcelo Burgos.

Desigualdade

As comunidades do Rio são caracterizadas por construções irregulares, com grandes aglomerações de residências e com mais pessoas dividindo uma mesma moradia.

Considerando-se apenas aquelas que são reconhecidas como bairros pela prefeitura, já foram registrados mais de 200 casos e mais de 30 mortes. A Rocinha lidera o ranking, com 71 casos confirmados e oito óbitos.

“Nos preocupa muito a situação da Rocinha. A favela é um território que, historicamente, a gente percebe um tratamento de forma desigual. E nesse momento a desigualdade acaba atingindo o cotidiano da população”, disse Leandro Castro, do coletivo Rocinha Resiste. “Que possamos, de alguma forma, não medir esforços para que a população seja melhor atendida”, afirmou.

Ações de prevenção

Entre as ações de prevenção estão a veiculação de alertas para a população sobre os riscos da doença e a necessidade do uso de máscaras; as ações de desinfecção das favelas (como as que vêm sendo feitas pela prefeitura); teleatendimento (para tirar dúvidas); e a atenção a possíveis difusores (como mototaxistas).

Figuram ainda as propostas de criação de postos de atendimento exclusivo para Covid-19, de espaços de quarentena assistida e de proteção às unidades básicas de saúde e assistência social.

Por fim, as ações de coordenação e proteção social incluem a racionalização dos equipamentos de saúde locais, a articulação do apoio social e a agilização de sepultamentos.

* Com informações da Agência Brasil

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