Líderes da base governista negam risco de racha após eleição de Maia
Líderes de partidos que dão sustentação ao governo interino de Michel Temer negaram risco de racha após a eleição do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) para presidente da Câmara. O segundo turno da eleição reuniu um candidato apoiado pelo chamado centrão, o deputado Rogério Rosso (PSD-DF), e Maia, que venceu com o apoio de alguns deputados da base aliada da presidente afastada Dilma Rousseff, como PT, PCdoB e PDT.
Líder do PSD, Rogério Rosso fez questão de usar o discurso do segundo turno das eleições na Câmara para amenizar eventuais divergências na base de Temer pós-eleição na Câmara. “Rodrigo, eu queria pedir para você subir aqui para me dar um abraço e a gente fazer um pacto que, qualquer que seja o vencedor no segundo turno depois da eleição, a gente possa recomeçar a história da Câmara dos Deputados”, disse Rosso. “É uma disputa difícil, mas que o Parlamento já venceu. Já venceu a democracia, já venceu a renovação, já venceu a esperança por dias melhores.”
Base conciliada
O líder do PSDB, deputado Antonio Imbassahy (BA), avaliou que a disputa na base não deixará cicatrizes. “Toda disputa se deu em ambiente absolutamente respeitoso e nos limites da boa convivência partidária e pessoal. Temos a oportunidade que se apresenta de fazer a substituição do presidente e não seria nessa hora que a Câmara haveria de errar. Não precisa nem falar em conciliação porque a base já está conciliada. Agora é fazermos a organização de uma boa agenda para o País e votar”, declarou.
O discurso é idêntico ao do líder do Democratas, deputado Pauderney Avelino (AM), que ressaltou o bom trânsito de seu colega de partido em todas as legendas da Câmara. “Nós precisamos de um presidente que dialogue. Precisamos de um presidente que traga unidade, paz e, sobretudo, traga de volta o respeito para a Câmara dos Deputados. Nós passamos por momentos de muita turbulência e, agora, é hora de recuperarmos o tempo perdido e trabalharmos pela autonomia da Câmara”, afirmou.
Apoio do PCdoB
Apesar de não ter sido decisão unânime no partido, o líder do PCdoB, deputado Daniel Almeida (BA), explicou por que os comunistas, que apoiam o governo Dilma, decidiram recomendar voto em Rodrigo Maia. “A outra candidatura [Rosso] representa a continuidade dos métodos adotados aqui pelo Eduardo Cunha. A candidatura do Rodrigo representa o esforço que pode ser o esforço da sociedade, do coletivo e desta Casa para a retomada da normalidade no funcionamento dela.”
No PCdoB, as deputadas Jandira Feghali (RJ) e Alice Portugal (BA) fizeram questão de anunciar abstenção no segundo turno da eleição na Câmara.
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