Liga Árabe condena escritório em Jerusalém e diz que Brasil viola lei internacional

  • Por Jovem Pan
  • 04/04/2019 16h22 - Atualizado em 04/04/2019 16h46
Alan Santos/PR Medida foi anunciada em viagem do presidente a Israel

A Liga Árabe, organização que reúne 22 nações árabes, condenou a decisão de Jair Bolsonaro de abrir um escritório de negócios em Jerusalém, Israel, e disse que o Brasil violaria leis internacionais se o fizesse.

Ahmed Aboul Gheit, secretário-geral da organização, afirmou nesta quinta-feira, 4, que o anúncio representa um “passo na direção errada” e envia uma “mensagem negativa ao mundo árabe”.

A medida, anunciada durante a viagem do presidente a Israel, foi vista como uma alternativa à promessa de campanha de Bolsonaro de transferir a embaixada de Tel Aviv, onde fica a maioria das embaixadas e escritórios comerciais, para Jerusalém.

Em comunicado, a Liga Árabe afirmou que “esse passo representa uma clara violação dos princípios da lei internacional, que considera Jerusalém como terra ocupada e proíbe a mudança de embaixadas e de escritórios comerciais para lá”.

Para Gheit, a medida não contribui para os esforços de paz no Oriente Médio e para as relações entre o Brasil e os países da região, grande parte deles grandes importadores da carne de frango brasileira.

Os EUA foram o primeiro país a romper o consenso internacional que veta o estabelecimento de embaixadas em Jerusalém por considerar a cidade como ocupada. Depois, Paraguai e Guatemala seguiram os passos dos americanos, mas os paraguaios acabaram recuando após a posse de Mario Abdo Benítez como presidente do país.

Nesta quinta-feira, 4, após audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado, o ministro Ernesto Araújo disse que Bolsonaro visitar países árabes ainda no primeiro semestre.

*Com EFE

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