Lindbergh fala em “forjar nova esquerda” e pede desmilitarização da PM

CRISTIANE MATTOS/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO Senador Lindbergh Farias (PT-RJ, braço alto, de azul) junto a apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em ato em frente ao prédio ao prédio do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), nesta sexta-feira, 6

Em discurso em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que “eles querem prender para o Lula não influenciar a eleição”.

Para o senador, “eles estão transformando cada vez mais Lula num gigante, num mito”. “O Lula representa um conjunto de ideias que fala de inclusão social”, afirmou o petista.

“Vamos voltar a governar esse País”, disse o parlamentar, fazendo promessas de campanha: “a gente vai acabar com esse monopólio da Rede Globo. A gente vai ter que tributar as grandes fortunas. A gente vai ter que acabar com esse genocídio negro nas grandes cidades do País. E para isso nós vamos ter que desmilitarizar a Polícia Militar”, discursou Lindbergh, no momento em que foi ovacionado e ouviu gritos dos militantes de: “mão acabou, tem que acabar, eu quero o fim da Polícia Militar”.

“O fascismo avança no País”, disse ainda Lindbergh. “Nessas lutas aqui a gente está forjando uma outra esquerda. Não uma esquerda frouxa. Uma esquerda pronta para lutar e combater o fascismo”, declarou o petista.

O senador não foi o primeiro a pregar a “união das esquerdas” no ato de mobilização em torno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que resiste a mandado de prisão expedido contra si pelo juiz Sérgio Moro.

Lula foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro a 12 anos e 1 mês de prisão pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) no caso do tríplex do Guarujá, que teria sido dado ao ex-presidente pela empreiteira OAS como propina.

Após recursos de “habeas corpus” preventivo negados pelo Superior Tribunal de Justiça e pelo Supremo Tribunal Federal, o juiz federal Sergio Moro, responsável pela Lava Jato, emitiu na tarde desta quina (5) o mandado de prisão contra Lula.

O ex-presidente tinha até as 17h desta sexta (6) para se apresentar à Polícia Federal em Curitiba (PR), mas decidiu não fazê-lo e segue encastelado no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP). A Polícia Federal negocia a rendição com interlocutores do ex-presidente.