Lista tríplice para sucessão de Dodge tem subprocurador Mário Bonsaglia como o mais votado
Foi divulgada, nesta terça-feira (18), a lista tríplice com as sugestões do Ministério Público Federal (MPF) para a indicação do sucessor da procuradora-geral da República Raquel Dodge. O mais votado foi o subprocurador-geral Mário Bonsaglia. Em segundo ficou a subprocuradora-geral Luíza Fricheinsen, e, em terceiro, o procurador regional Blal Dalloul.
A lista é formada pelos três procuradores mais votados em eleição interna promovida pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). A votação é eletrônica.
No início do mês, Raquel Dodge disse estar à disposição para ser reconduzida ao cargo, mas seu nome não estava cotado e, de fato, não apareceu na lista tríplice. O mandato da chefe do MPF vai até setembro.
Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro disse que “todo mundo, todos que estão dentro, fora da lista, tudo é possível. Vou seguir a Constituição”. No entanto, Fábio George Cruz da Nóbrega, presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, falou hoje ao Jornal da Manhã que não “tem dúvida nenhuma de que Bolsonaro escolherá um nome da lista tríplice”.
“Toda nossa expectativa é de que o presidente acolherá e seguirá a lista tríplice sugerida. Esse é um processo democrático que tem se consolidado nos últimos 18 anos. É um processo de transparência e que fortalece a democracia interna”, afirmou.
O chefe do Executivo não tem a obrigação de escolher um dos três nomes mais votados pela associação de procuradores, mas isso vem ocorrendo tradicionalmente desde 2003. Somente na primeira lista tríplice de 2001, o escolhido da presidência não integrava a relação dos três nomes mais votados pelos associados da ANPR, de acordo com a entidade.
Tradição
A tradição da lista tríplice da ANPR começou em 2001, quando foi ignorada por Fernando Henrique Cardoso (PSDB) – FHC optou por reconduzir Geraldo Brindeiro para o cargo.
De lá pra cá, a lista começou a ser acatada em 2003, quando o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escolheu o primeiro colocado para chefiar o Ministério Público Federal. A tradição foi mantida por Dilma Rousseff (PT).
Ao escolher Raquel Dodge para chefiar o MPF há dois anos, o então presidente Michel Temer (MDB) optou pelo segundo nome mais bem colocado da lista – o primeiro havia sido o do subprocurador Nicolao Dino, aliado de Rodrigo Janot, que havia denunciado o emedebista por corrupção passiva no caso JBS.
* Com informações do Estadão Conteúdo
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