Lobby não é crime, diz advogado de Dirceu sobre acusação de tráfico de influência
O advogado de José Dirceu, Roberto Podval, refuta a hipótese de que seu cliente teria realizado tráfico de influência e classifica as iniciativas como lobby, prática que ainda permanece em um campo de incertezas no Brasil. “Vamos dizer então quais são os limites do lobby, o fato é que hoje não se criminaliza o lobby”, afirma.
O ex-ministro da Casa Civil está sob custódia da polícia desde segunda-feira (03), quando foi preso de forma preventiva em sua casa em Brasília. Ele é apontado nas investigações da Lava Jato como receptor de propina das empresas para favorecê-las em contratos com a Petrobras. O petista passaria o dinheiro ilícito como lucro de sua empresa de consultoria.
Apesar das delações apontarem nesse sentido, Podval afirma que Dirceu não tomou parte no esquema chamado de Petrolão. “Óbvio que não é nem chefão e nem participou dele”, declara ao enfatizar que Dirceu estava fora da política desde o início do cumprimento da pena do Mensalão, estabelecida em 2012.
Podval explica que o próximo passo da defesa é pedir habeas corpus. “A única razão dele estar preso hoje é o afrontamento à ordem pública, que nós entendemos, e o Supremo Tribunal de Justiça já se manifestou, que não é razão para uma prisão preventiva”, expõe.
Sobre a possibilidade de delação premiada, o advogado reforça que não consegue ver José Dirceu aceitando a proposta. “Não é do perfil dele, quem conhece ele sabe que nem sob tortura, seja ela física ou psicológica, ele fala”, e completa, “não adianta querer cansá-lo, esquecê-lo em uma prisão. Ele pode morrer na prisão, mas não faz delação”.
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