Loures convidou força-tarefa em nome de Temer para encontro pré-impeachment
Em entrevista à Jovem Pan, o procurador Carlos Fernando Lima deu detalhes, nesta terça-feira (15), em participação no Fórum Mitos & Fatos – Justiça Brasileira, sobre o convite de encontro fora da agenda que o então vice-presidente Michel Temer teria feito à força-tarefa da Lava Jato na véspera da votação que decidiu pelo impeachment de Dilma Rousseff.
Lima contou que quem intermediou o convite de Michel Temer foi o então assessor Rodrigo Rocha Loures, hoje denunciado ao lado do presidente Temer por supostamente receber propina em nome do peemedebista. Loures chegou a ser preso e devolveu os R$ 500 mil que foi flagrado recebendo de executivo da JBS. A denúncia contra o presidente foi paralisada pela Câmara.
O procurador Carlos Fernando disse que na época do convite não sabia das relações suspeitas entre Loures e Temer. Mas, após reunião com outros procuradores da Lava Jato, decidiu recusar o convite fora da agenda. Lima entendeu que o momento político, em que Temer estava na iminência de assumir o Palácio do Planalto, era inconveniente.
A força-tarefa da Lava Jato participava de uma homenagem em Brasília aos procuradores quando Loures teria feito o convite.
Lima disse que aceitaria um encontro com Temer desde que ele constasse na agenda oficial e fosse intermediado pela Procuradoria-Geral.
O procurador de Curitiba não imaginava que a declaração sobre o convite na segunda causaria tanta repercussão. Lima pensava que o assunto já era público e deu a informação lateralmente quando questionado sobre o encontro fora da agenda de Raquel Dodge, escolhida por Temer como nova procuradora-geral, com o presidente no Palácio do Jaburu.
Lima reafirmou nesta terça (15) que confia na idoneidade de Raquel, mas diz não ter nenhuma relação pessoal com a nova PGR.
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