Lula acusa juiz Sergio Moro de incentivar vazamentos ilegais

  • Por Jovem Pan
  • 23/09/2016 12h35
Reprodução Lula dá entrevista à Rádio Jornal - REP

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ligou o juiz federal Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, que o tornou réu ao aceitar denúncia na Lava Jato nesta semana, a vazamentos de trechos secretos de investigações à imprensa.

Lula disse, em entrevista à Rádio Jornal do Commercio nesta sexta-feira (23): “Eu acho que o Sergio Moro tem uma teoria equivocada. Ele construiu junto com a Globo, junto com a imprensa brasileira, a ideia que não é possível condenar ninguém se não tiver imprensa em cima do cara todo santo dia. Isso é a teoria que está na cabeça dele. Então eles vazam propositadamente a notícia. Vazam para o jornalista antes de falar com os advogados. Vazam todo santo dia. Pode ver: toda quinta-feira tem uma manchete anunciada ou pelo juiz…”, afirmou o ex-presidente.

Lula continuou, acusando em seguida a Polícia Federal e o Ministério Público: “Vazam, mas ninguém vaza. Ninguém sabe quem vazou. Mas tem jornalista que trabalha quase que num consórcio com a Polícia Federal e com o Ministério Público para receber informação”.

O ex-presidente reclamou de quando se é “condenado por manchetes de jornal”, em suas palavras.

Questionado sobre o que faria se encontrasse Sergio Moro no corredor, Lula amenizou: “Eu cumprimentava ele. Acho que ele está cumprindo o dever dele, eu posso concordar ou não. Eu não sou um ser humano que faz política com o fígado”.

Em outro trecho da entrevista, Lula afirmou que “não quer o privilégio da lei”, mas reclamou ter sido tratado “como se eu fosse bandido” quando a Polícia Federal fez buscas em sua casa: “levantaram o colchão da minha cama”.

No final da entrevista, Lula citou mais uma vez as investigações, desta espontaneamente, e voltou a desqualificar os procuradores que o denunciaram por corrupção e lavagem de dinheiro.

“To com vontade de falar. (…) Alguém tem que gritar nesse paós. Alguém tem que dizer algumas verdades nesse País. Porque eu não posso admitir que meia dúzia de meninos que tiraram um diploma de Direito, fizeram um concurso e passaram, se sintam superiores a um homem que tem 71 anos, 49 de vida política nesse País”, concluiu o ex-presidente investigado.

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