Lula ataca “vazamentos mentirosos” e se diz disposto a ser candidato ao Planalto

  • Por Estadão Conteúdo
  • 11/04/2017 13h28
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BRA105. BRASILIA (BRASIL), 13/03/2017.- El expresidente de Brasil Inácio Lula da Silva participa en la apertura del seminario del congreso de la Confederación Nacional de Trabajadores de la Agricultura (Contag) hoy, lunes 13 de marzo de 2017, en Brasilia (Brasil). Lula ignoró hoy la declaración que deberá hacer este martes ante un juez como reo y asistió a un congreso campesino con duras críticas al Gobierno de Michel Temer y casi en plan de "candidato". EFE/Joédson Alves EFE/Joédson Alves Lula - EFE

Um dia depois de Marcelo Odebrecht, ex-presidente do Grupo Odebrecht, afirmar que o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é o “amigo” registrado na planilha de propinas milionárias da empreiteira, o petista disse que é vítima de “vazamentos mentirosos” todos os dias e que não aceita essa “bobagem toda” em torno de uma eventual prisão. Lula também disse que, se for necessário e o PT precisar, está disposto a ser novamente candidato a presidente do Brasil.

O ex-presidente não citou diretamente o depoimento de Marcelo Odebrecht, mas disse que há três anos é vítima de especulações sobre seu suposto envolvimento ilícito com empresários e reafirmou que não há provas contra ele. “Todo santo dia tem vazamentos mentirosos, alguns canalhas vazando as coisas propositalmente, alguns canalhas divulgando da forma mais irresponsável possível, isso cansou o Brasil”, disse o ex-presidente em entrevista à rádio Meio Norte, do Piauí. 

Lula voltou a falar que duvida que haja algum empresário no Brasil, “preso ou livre”, que diga que “o presidente Lula pediu cinco centavos ou dez centavos para ele”. “Não posso ficar aceitando essa bobagem de quando é que vão prender o Lula. Podem prender quem quiser para me denunciar. Eu estou muito tranquilo e espero que apresentem uma prova contra mim, só isso”, disse o ex-presidente. 

O petista afirmou que espera ter a oportunidade de prestar um depoimento e que os acusadores precisam ter provas contra ele para condená-lo, e não “convicção”, em referência a uma fala do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força tarefa da Operação Lava Jato. Lula vai depor ao juiz federal Sérgio Moro no dia 3 de maio, no âmbito da ação em que é réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá (SP) e do transporte de seu acervo ao deixar a Presidência. 

Na entrevista, Lula voltou a falar que está disposto a ser candidato ao Planalto nas próximas eleições. Ele disse que a definição depende de uma necessidade e de uma demanda de seu partido. “Se for necessário, se o PT precisar, eu estou disposto a voltar a ser candidato a presidente da República outra vez”, afirmou. “Sinceramente, acho que o povo brasileiro tem saudade do tempo em que eu fui presidente, eles sabem que as coisas foram melhores.”

O ex-presidente disse ainda que se sente “muito preparado” para voltar a governar o País e atacou os adversários que pretendem concorrer ao cargo, sem citar nomes. “Quanto menos eu penso em concorrer, mais eles me provocam e mais eu vou ficando com vontade de concorrer. E eles sabem que eu sou capaz de consertar esse país. Não por mérito meu, mas porque eu tenho capacidade de ouvir o povo”, declarou.

Lula criticou o presidente Michel Temer e afirmou que o governo do peemedebista está destruindo tudo aquilo que o PT construiu durante o período em que esteve no poder. Ele ainda se declarou otimista sobre o futuro do Brasil porque, disse, já provou que o País pode ser melhor. “O povo não pode perder a esperança, estou convencido que a gente pode consertar esse país como a gente já fez nos anos em que eu governei o Brasil”, finalizou.

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