Lula defende plebiscito revogatório para “rever” reformas de Temer

  • Por Jovem Pan
  • 25/08/2017 09h57 - Atualizado em 25/08/2017 10h52
Ricardo Stuckert/Divulgação Twitter Lula Luiz Inácio Lula da Silva, ao lado da presidente do PT Gleisi Hoffmann, fala a membros de rádios comunitárias e universitárias de Pernambuco

Em sua peregrinação pelo nordeste, desta vez em Recife (PE), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse “ter fé” em que os “setores progressistas” voltem ao poder em 2018.

Lula atacou as reformas do governo de Michel Temer e defendeu a ideia de um plebiscito para revogá-las. “Qualquer político de esquerda que assumir o governo terá de rever essas reformas que estão sendo feitas por esse governo”, afirmou. “Qualquer político de esquerda terá de pensar em algo chamado plebiscito revogatório, justamente para desfazer a destruição de direitos”, propôs.

Ao lado da presidente do PT e senadora Gleisi Hoffmann, Lula deu entrevista na manhã desta sexta-feira (25) a jornalistas da chamada “imprensa alternativa”, composta por jornalistas de blogs, rádios comunitárias e veículos simpáticos ao ex-presidente.

“Tudo o que um governo não deve fazer, eles (governo Temer) estão fazendo. Se um governo não tem capacidade de governar, eles devem deixar quem sabe governar”, sugeriu também o petista.

Lula ainda respondeu por que não há mais protestos contra o governo atual. “A sociedade está se manifestando, só não podemos esperar que as pessoas fiquem nas ruas sete dias por semana, 24 horas”, tergiversou Lula. “Não é possível esperar todo mundo nas ruas todo dia. O trabalhador é esperto. Não fique preocupada, a mobilização virá no tempo certo”, prevê o cacique petista.

Lula e Renan

Lula também foi questionado sobre as alianças firmadas pelo PT e de sua aparição ao lado do senador Renan Calheiros (PMDB-AL).

Reprodução/Facebook

Lula discursou ao lado de Renan Calheiros em visita à cidade de Penedo, Alagoas

Após defender uma política de alianças para se ter governabilidade e não virar “refém do Congresso”, Lula citou Calheiros: “o Renan pode ter todos os defeitos, mas ele me ajudou a governar esse País”.

“Se ele tem algum defeito, sabe, eu sou da opinião de que todos são inocentes até que se prove o contrário”, disse Lula a respeito do cacique alagoano, réu e investigado em 11 inquéritos no Supremo Tribunal Federal.

Lula disse ainda que é “grato” ao ex-presidente José Sarney, quando este presidiu o Senado (2003 a 2005).

O presidente afirmou, no entanto, que “para ganhar (a eleição), você não precisa fazer tantas alianças”. “Ainda mais um cara como eu, conhecido mais que nota ‘véia’ de um real”, gabou-se. Mas constatou que ao assumir um governo, o presidente precisa de força no Legislativo para aprovar suas propostas.

“A cara do Brasil”

Respondendo sobre “democratização” da imprensa no Brasil, Lula disse que “deveria ter feito mais” do que fez, mas ressalvou: “não adianta a gente ficar xingando o Congresso Nacional”.

“O Congresso que temos hoje representa a cara do povo brasileiro no dia da eleição”, analisou. “Se plantou ódio nas urnas, colhemos tempestade”, disse também o presidente, pedindo para seus eleitores “dar ao presidente que for eleito (2018) a força (no Congresso) para fazer transformações”.

Dilma

A ex-presidente Dilma Rousseff também participou do final da entrevista e voltou a chamar seu impeachment de “golpe”. A petista reclamou de “absurdos no Judiciário”, como juiz que “fala fora dos autos e antecipa posições mesmo sem ler a sentença”.

Sem citar o ex-vice e atual presidente Michel Temer, Dilma também chamou de “absurdo” a “compra aberta de votos” no Congresso.

A ex-presidente foi convidada a acompanhar o périplo lulopetista pelos Estados do nordeste. Questionada sobre seus planos para 2018, Dilma disse apenas: “vou lá e voto na urna em Lula”.

Assista à entrevista de Lula:

Lula dá entrevista coletiva para a imprensa alternativa de Pernambuco. #lulapelobrasil #lulaporpernambuco

Publicado por Lula em Sexta, 25 de agosto de 2017

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.