Lula exalta Haddad e não concebe vitória de um “aventureiro” em São Paulo

  • Por Jovem Pan
  • 02/10/2016 12h58
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SP - ELEIÇÕES/SÃO BERNARDO/LULA - POLÍTICA - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é visto votando na Escola Estadual Doutor José Firmino Correia de Araújo, em São Bernardo do Campo, grande São Paulo, neste domingo (2), dia de eleições municipais. 02/10/2016 - Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO CONTEÚDO MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO CONTEÚDO Lula vota sob vaias e aplausos

Como de costume, Luiz Inácio Lula da Silva não foi nada econômico ao defender a reeleição de Fernando Haddad para a Prefeitura de São Paulo. Minutos depois de votar nas eleições municipais de São Bernardo, o ex-presidente da República exaltou o seu afilhado político e, apesar de não se referir nominalmente a João Doria, do PSDB, disse que a cidade mais rica do Brasil não pode correr o risco de eleger um “aventureiro” – é Doria quem lidera as pesquisas de intenção de voto na capital paulista. 

“O Haddad é um orgulho para uma cidade como São Paulo. Eu não voto em São Paulo, então, quem está falando é um cidadão brasileiro... É um orgulho para São Paulo ter dois educadores como Haddad e Chalita concorrendo à Prefeitura”, disse Lula, referindo-se aos dois integrantes da chapa do PT, antes de partir para o ataque direto ao candidato tucano. 

Se São Paulo correr o risco de jogar fora possibilidade de reeleger o Haddad para colocar um aventureiro, do qual não se sabe nada da sua vida, que surge do nada, como surgiu o Collor em 1989… São Paulo não merece isso. Se o povo de São Paulo tiver o orgulho e a inteligência que pensa que tem, não tem outra coisa a fazer a não ser votar no Haddad“, acrescentou, enfático como sempre. 

Fim do PT 

Também durante a entrevista coletiva concedida na manhã deste domingo, Lula rechaçou a possibilidade de o PT enfraquecer a ponto de perder qualquer tipo de representatividade política depois das eleições municipais de 2016. Envolvido em inúmeros casos de corrupção, o partido vive a maior crise de sua história depois do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. 

“Enfrentamos uma guerra da imprensa contra o PT, que já dura sete anos. E o PT sobrevive. O fato de sermos a legenda favorita e termos o dobro de popularidade de tucanos e PMDB mesmo nessa crise demonstra que se enganam aqueles que pensam que podem acabar com o PT atacando uma personalidade”, afirmou. 

“O PT vai surpreender nessa eleição. Óbvio que perder e ganhar faz parte do jogo… Mas o jogo da eleição não define a história de um partido, e sim o momento da eleição. Eu fico tranquilo, porque a história não é escrita em um dia, e sim ao longo de um processo”, acrescentou. 

Lava-Jato 

Para encerrar, Lula relativizou a possível influência da Operação Lava-Jato nas eleições municipais de 2016. O ex-presidente foi denunciado há alguns dias por envolvimento no Petrolão, e pessoas próximas a ele, como Antonio Palocci e Guido Mantega, foram presas nas fases mais recentes da operação que visa ao combate do maior esquema de corrupção da história do País. 

“Em algumas capitais, pode haver esse voto mais nacionalizado… Mas, muitas vezes, nas cidades médias e pequenas, as pessoas votam em função da obra que vai ser feita na sua rua, na escola que vai ser feita no seu bairro, no hospital que vai ser construído. É uma coisa mais íntima. O cara não quer saber quem gosta do Lula, da Dilma, do Temer, do Aécio…”, disse. “Tem gente mais preocupada com a lavagem da rua onde mora, da escola na qual os filhos estudam e da limpeza dos hospitais do que com a Operação Lava-Jato”, encerrou.

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