Lula pede para não julgarem o governo Dilma por seis meses de mandato
Como respostas às críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff e ao PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na noite dessa terça-feira (11) que está preparando a retomada de suas viagens pelo país. Em discurso na abertura da 5ª Marcha das Margaridas, Lula defendeu a gestão de Dilma.
Lula atribuiu à crise internacional a responsabilidade pelo atual dificuldade econômica enfrentada pelo Brasil e pediu tempo para que Dilma possa superar os problemas. “Não julguem o governo por seis meses de mandato”.
“Queria dizer para vocês que há cinco anos deixei a Presidência e tem gente que me encontra e se queixa de que não falo com a imprensa, e não falo porque não é papel de um ex-presidente falar, porque o papel é da presidenta”, disse. ” Agora, estou quieto no meu canto, mas todo santo dia tem uma provocação, tem uma coisa e eu estou quieto. Mas quero dizer agora estou dizendo que estou preparando o meu caminho para voltar a viajar por este país”.
Para as camponesas, Lula disse que, além dele, a presidente Dilma, ministros, deputados e senadores da base aliada viajarão pelo Brasil país para discutir os problemas do país. “A presidente já começou a viajar, os ministros irão para outro canto, os deputados para outro, os senadores para outro e eu para outro, quero ver se os nossos adversários estão dispostos a andar por este país e discutir este país”.
O ex-presidente falou também sobre as dificuldades do atual momento econômico. “Muita gente está preocupada em perder o emprego”, disse. E pediu apoio dos movimentos sociais em defesa do que das conquistas das administrações petistas, como maior distribuição de renda, acesso ao crédito e redução da pobreza.
“Quando a gente está preocupado, tem que saber o que a gente era quando começamos esta luta, como era esse país há 12 anos, na época dos [atuais] salvadores da pátria”, afirmou. O petista admitiu que a presidente pode ter cometido erros, mas que os problemas do país não são responsabilidade só dela.
“São problemas nossos. É claro que ela pode errar, como eu errei, como qualquer um erra, como vocês erram como mães. Nem sempre a gente faz as coisas que são aceitas 100% pelos filhos. Sabemos disso, mas quando ela errar, ela é nossa e temos que ajudá-la a consertar para a gente poder fazer esse país ficar muito melhor”.
Bastante aplaudido, o ex-presidente disse ainda que apenas decidiu participar da Marcha das Margaridas quando soube que estaria em um momento distinto da presidente Dilma. “Estava muito receoso de vir aqui, afinal de contas um ex-presidente da República precisa tomar cuidado no lugar que ele vai. Embora a marcha já seja conhecida do povo brasileiro, achava que era marcha que deveria ter um encontro com a presidente Dilma. Só quando fiquei sabendo que a Dilma ia participar do encerramento e eu da abertura, decidir vir porque nem eu atrapalho ela, nem ela me atrapalha. E eu vim com orgulho”.
Ivan Richard e Maiana Diniz – Repórteres da Agência Brasil // Edição: Aécio Amado
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