Macron é denunciado em Haia por agressões a ‘coletes amarelos’ durante manifestações

  • Por Jovem Pan
  • 11/06/2019 15h27
EFE Entre os casos relatados está o de uma idosa que morreu em dezembro do ano passado após ser atingida no rosto por uma granada

O presidente francês Emmanuel Macron e seu ministro do Interior, Christophe Castaner, foram denunciados nesta terça (11) no Tribunal Penal Internacional (TPI) por supostos crimes contra humanidade. O pedido foi feito pela advogada Sophia Albert Salmeron, que pede punição pelas agressões cometidas contra os “coletes amarelos” em manifestações contidas pela polícia francesa.

“As forças da ordem cometeram crimes de perseguição contra o movimento dos ‘coletes amarelos’ porque o governo deu a ordem”, disse Salmeron após entregar a denúncia em Haia.

O documento, de mais de 100 páginas, contém os testemunhos de pessoas feridas nas manifestações em Paris, entre outras cidades, e pede à promotoria do TPI que abra um expediente preliminar contra a França.

Entre os casos relatados está o de Zineb Redouane, uma idosa que morreu em dezembro do ano passado após ser atingida no rosto por uma granada de gás lacrimogêneo, e o de outro homem que perdeu a mão após pegar no chão um artefato similar que ainda não tinha explodido.

Segundo Salmeron, cerca de mil pessoas sofreram ferimentos nas manifestações, alguns causados por armas utilizadas por agentes antidistúrbios franceses que estão “proibidas” pela União Europeia.

“Estamos vendo como a cada fim de semana homens, mulheres, crianças e inclusive pessoas incapacitadas são agredidas pela polícia”, criticou a advogada.

“Pessoas estão sendo perseguidas, agredidas e mutiladas. É inaceitável”, acrescentou Salmeron, para quem a maioria dos manifestantes detidos nos protestos “foram presos sem motivo”.

Para ela, os principais responsáveis pela violência são o presidente Macron e o ministro Castaner, mas os comandantes da polícia também têm culpa porque “estão obedecendo ordens que são claramente ilegais”.

A advogada, que foi ao tribunal acompanhada por um pequeno grupo de “coletes amarelos” holandeses, incentivou os membros deste movimento em outros países a denunciar a suposta repressão dos governos no TPI.

Com Agência EFE

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