Mãe e padrasto são suspeitos da morte da menina Micaelly; polícia investiga
Os delegados que estão à frente do caso que investiga a morte da menina Micaelly Luiza de Souza Santos, de 3 anos, querem descobrir quem cometeu as agressões contra a garota. Os suspeitos são a mãe, Isadora Pereira de Souza, de 20 anos, e o namorado dela, Ewerton Queirós Lourenço, de 30 anos.
“É preciso individualizar (quem cometeu os crimes). Temos uma série de laudos (sendo aguardados). Tem que saber também a motivação do crime”, afirmou o delegado Jorge Carlos Carrasco. Ele e os delegados Sidney Ricardo Grilli e Calixto Calil Filho concederam uma entrevista coletiva nesta quinta-feira (21).
Micaelly já estava morta quando foi levada pela mãe ao Hospital Planalto, na Zona Leste de São Paulo, na última terça-feira (19). Isadora e Ewerton foram presos temporariamente, por 30 dias, por dois policiais militares que estavam no local devido a outra ocorrência. De lá, eles foram encaminhados para o 22º Distrito Policial de São Miguel. O casal nega os crimes.
A menina havia recebido alta no dia 18, um dia antes, depois de ficar treze dias internada no Hospital Tide Setúbal, com sinais de espancamento.
No dia 5 de novembro, quando ela deu entrada na unidade hospitalar, os médicos avisaram a polícia, que deu início a uma investigação, e o conselho tutelar. Depois a Justiça determinou que a guarda da menina fosse entregue à avó materna, de forma provisória, por seis meses.
A avó, Edith Pereira, no entanto, entregou a menina à mãe quando ela recebeu alta. Posteriormente, a avó disse não ter entendido que já estava com a guarda da neta.
A polícia aguarda o laudo necroscópico, que deve apontar a causa da morte. O documento, que demora em média 30 dias para ser concluído, também mostrará se Micaelly sofreu ou não abuso sexual.
Segundo a Polícia Civil, não é necessário aguardar a conclusão dos laudos para indiciar o casal. Os laudos vão mostrar se houve qualificadora do homicídio ou não.
Nesta quinta, os delegados afirmaram que não houve erro durante as investigações do caso. Eles foram questionados sobre a possibilidade de uma medida protetiva ter sido dada à criança, para evitar o contato com a mãe e o namorado dela.
Os delegados, porém, disseram que no momento, isso não era necessário. “O conselho tutelar no dia 5 foi tomou as medidas pertinentes ao caso e a criança estava internada sob os cuidados médicos. Ninguém pode proibir a mãe de dar assistência à criança”, disse o delegado Jorge Carlos Carrasco.
Segundo ele, as medidas necessárias foram tomadas: o conselho tutelar foi acionado, a guarda foi dada à avó e Ewerton foi chamado para depor. Ele, porém, não compareceu à delegacia.
Isadora foi ouvida no dia 5 de novembro, quando estava no hospital com a filha. Ela disse que a menina havia batido a cabeça, alguns dias antes, em uma mesa de pedra.
Agora, eles devem ser ouvidos novamente, nos próximos dias, assim como a avó materna. Ela é investigada pelo fato de ter entregado a menina à mãe, quando a guarda, na verdade, já lhe pertencia. Sua atitude poderá ser considerada culposa, quando não há intenção, ou dolosa.
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