Maia: ‘Não aceitamos ser instrumento de disputa entre governo e estados’
O projeto de socorro aos estados, alternativa apresentada pela Câmara dos Deputados ao Plano Mansueto, será votado na próxima segunda-feira
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou na tarde desta quinta-feira (9) que a Casa “não aceita ser instrumento de disputa política entre governo e estados”. A declaração de Maia vem após o adiamento do plano de socorro aos estados, que deve ser votado na próxima segunda-feira.
De acordo com Maia, o governo federal chegou a afirmar que o plano de socorro, alternativa ao Plano Mansueto apresentado pelo Executivo, teria impacto de R$ 180 bilhões. Devido à falta de acordo entre líderes, a votação foi adiada.
“Esse enfrentamento do presidente com os governadores é ruim e não leva a nada. Sempre tivemos essa convicção. Não são R$ 180 bilhões e estamos abertos a uma proposta. Mas não aceitamos ser instrumento de disputa entre governo e estados”, disse. Ele enfatizou que o valor total do impacto orçamentário do projeto é de R$ 50 bilhões.
No Twitter, a hashtag #PLP149NAO, que se trata do projeto de socorro aos estados, esteve entre os assuntos mais comentados desta quinta.
Para Maia, no entanto, o diálogo com o governo e o debate para encontrar uma solução que atenderia a todos estão abertos. “Temos que ter paciência e queremos construir, ouvindo a todos, uma solução para que todos possam continuar trabalhando. Vamos deixar as brigas de lado e garantir que na segunda-feira teremos como votar o projeto”, afirmou.
O presidente da Câmara ainda criticou o ministro da Economia, Paulo Guedes. “Agora, não vamos aceitar um número e um valor que não existem. Não faz sentido nenhum isso que o ministro está fazendo. Não estamos dispostos a ser instrumento de falso debate.”
O posicionamento de Maia, durante a coletiva de imprensa, revela a tensão existente entre Câmara e governo em busca de soluções para os estados diante da pandemia da covid-19. A Câmara, segundo Maia, propõe uma solução a curto prazo para enfrentamento do coronavírus, já o Executivo defenderia uma solução a médio e longo prazo.
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