Maia: ‘Estamos à disposição para que o direito de Lula seja garantido’
Deputados alinhados a Bolsonaro comemoraram decisão; outros de partidos de Centro criticaram
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se manifestou nesta quarta-feira (7) sobre a decisão da Justiça de transferir Luiz Inácio Lula da Silva da superintendência da Polícia Federal em Curitiba para o presídio de Tremembé, em São Paulo. Maia se colocou à disposição da bancada do PT na Casa para que “o direito do ex-presidente seja garantido”.
“De fato, não é uma decisão simples, é uma decisão extemporânea (que acontece de maneira inoportuna). Aquilo que a presidência da Câmara puder acompanhar com a bancada do PT, estamos à disposição para que o direito do ex-presidente seja garantido”, afirmou.
Maia se pronunciou logo após um discurso inflamado feito pelo líder da bancada petista, Paulo Pimenta (RS), no plenário da Casa durante a votação da reforma da Previdência. O deputado disse que os parlamentares do partido se reunirão agora para discutir medidas que possam ser tomadas para reverter a decisão da 12ª Vara Federal de Curitiba.
A discussão sobre a transferência do ex-presidente dominou parte do tempo de debate sobre os destaques apresentados à reforma. Deputados alinhados ao presidente Jair Bolsonaro comemoraram a decisão judicial, como a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), mas outros de partidos de Centro criticaram.
A reação de Maia foi vista por integrantes do PT e de outros partidos de oposição como algo positivo. O deputado Joaquim Passarinho (PSD-PA) disse ser contrário à decisão sobre Lula mesmo fazendo oposição ao PT. “Nunca votei no Lula e discordo de quase todos os argumentos do PT. Mas não concordo com a decisão que foi tomada fora de hora. Parece perseguição à toa”, pontou. Ao fim de sua fala, Maia concordou com ele.
Já o deputado Fábio Trad (PSD-MS) afirmou que a transferência representa a “expressão de uma vingança privada que atenta contra a ordem jurídica”. “Não estamos aqui para defender este ou condenar aquele, mas o que essa juíza fez é um equívoco que afronta a ordem jurídica que hoje pode até sacrificar os direitos de um líder de esquerda, mas, se continuar a leniência, o silêncio e a covardia da direita que aplaude hoje, amanhã será um líder da direita que será sacrificado”.
* Com informações do Estadão Conteúdo
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