Maia sobre decreto do porte de armas: ‘O governo tem uma defesa que acho frágil’

  • Por Jovem Pan
  • 18/06/2019 18h05 - Atualizado em 18/06/2019 18h06
Marcelo Camargo/Agência Brasil Segundo ele, a parte que trata do porte para profissões e ruralistas é inconstitucional

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), afirmou nesta terça-feira (18) que a defesa do governo de Jair Bolsonaro à aprovação ao decreto que flexibilizou o porte e a posse de armas é frágil. “O governo tem uma defesa do decreto que acho frágil, mas respeito”.

De acordo com ele, a proposta tem partes constitucionais e inconstitucionais. “A posição do Parlamento é sempre de analisar a constitucionalidade”, lembrou. Maia frisou a necessidade da medida do Executivo passar pela análise do Congresso. No entanto, ele negou que haja um conflito entre o Executivo, o Judiciário e o Congresso. “Não tem conflito. Tem um debate que está sendo construindo”.

“As mudanças do CAC (para Caçador, Atirador, Colecionador) é 100% constitucional”, disse. “A parte do artigo 20 que trata do porte de armas para profissões, do meu ponto de vista, é inconstitucional”, acrescentou.

Para o deputado, é preciso esperar qual será o posicionamento do Senado em relação à medida. A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara realiza nesta terça-feira (18) uma audiência.

Maia afirmou ainda que entende que o porte rural é inconstitucional. “Temos um acordo para deixar a posse do campo seja estendida a propriedade e não só ao imóvel. A parte da discricionariedade da PF tem que ser resolvida por lei e não por decreto”, declarou.

CCJ rejeitou parecer

Por 15 votos a 9, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado rejeitou na última quarta-feira (12) o parecer do senador Marcos do Val (Cidadania-ES) que defendia a manutenção do decreto do presidente Jair Bolsonaro que alterou as regras de uso de armas e de munições, facilitando o porte.

Em seguida, a comissão aprovou um relatório alternativo do senador Veneziano Vital do Rêgo (PSB-PB) que pede a suspensão do decreto. A matéria, agora, está sendo votada no plenário.

* Com informações do Estadão Conteúdo

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