Maioria dos brasileiros entende que educação ruim fomenta corrupção e violência
Pesquisa divulgada nesta terça-feira (3) mostra que o brasileiro tem um retrato pessimista da educação pública no País.
A maioria dos entrevistados pela pesquisa CNI/Todos Pela Educação entende que a violência e a corrupção estão relacionadas à baixa qualidade da educação.
O estudo mostra que 77% concordam total ou parcialmente que a violência está ligada ao ensino ruim, enquanto 20% discordam. O porcentual dos assentem com a frase sobe para 82% entre os que tem ensino superior.
A ligação entre corrupção e baixa qualidade da educação é constatada por 60% dos entrevistados. Já 36% discordam da relação.
O entendimento de que há relação entre educação ruim e os altos níveis de corrupção é predominante entre os mais jovens, de 16 a 24 anos (70%). Já entre os mais idosos, com mais de 55 anos, o porcentual cai para 56%.
Prejudica o desenvolvimento
Para nove entre dez entrevistados (89%), “a baixa qualidade do ensino prejudica
O porcentual é maior que o de duas pesquisas anteriores, de 2010 e 2013.
Aumenta o desemprego
Para 71% dos brasileiros o desemprego no Brasil está diretamente relacionado à baixa qualidade da educação. Quase a mesma porcentagem (73%) concordam totalmente ou em parte que “a renda de uma pessoa será maior quanto mais anos de educação ela tiver”. Cerca de um quarto (25%) discordam nos dois casos.
Salário dos professores
A maioria dos entrevistados (68%) também acredita que “a educação só vai melhorar se aumentarmos o salário dos professores”. Por outro lado, 29% discordam da tese.
A opinião também é majoritária quando os entrevistados são instigados a optarem por duas soluções relacionadas aos professores para melhorar o desempenho dos alunos.
Em “ações relacionadas aos professores das escolas públicas de
ensino fundamental e médio para melhorar o desempenho
dos alunos”, as mais citadas são: “aumentar o salário dos professores” (40%), “aumentar o número de professores” (34%), “melhorar a formação dos professores” (32%), “garantir a segurança dos professores na sala de aula” (27%), “disponibilizar a infraestrutura necessária para que os professores realizem seu trabalho” (25%) e “reconhecer e premiar os bons professores” (24%).
Apenas 9% entendem como uma das duas melhores soluções “punir com rigor os maus professores”.
Segurança é o principal problema
Ao ser estimulada a dar notas para as condições gerais da escola pública (médio e fundamental) a segurança ganhou a pior média de notas (3,7). O tempo de permanência na escola recebe a maior nota: 6,7.
Veja o ranking:
Tempo na escola
Sete em cada dez brasileiros (71%) concordam que os alunos da educação básica (fundamental e médio) passam pouco tempo na escola.
Mercado de trabalho
Para 32% dos entrevistados, o ensino médio público deixa o aluno pouco preparado para o mercado de trabalho. Já 23% dizem que os estudantes deixam a escola despreparados. Do outro lado, 30% veem os estudantes de ensino médio “razoavelmente preparados” e 12% os consideram bem preparados.
Qualidade do ensino médio e fundamental
Veja a avaliação dos brasileiros em relação à qualidade do ensino fundamental e médio, em tabela que mostra o comparado entre as três últimas pesquisas:
Universidade pública paga?
Questionados se as universidades públicas deveriam ser pagas para que o governo tivesse mais condições de investir na educação fundamental e no ensino médio, a população entrevistada se mostra dividida. Metade (50%) discorda parcial ou totalmente da tese enquanto 46% concordam.
Elogios ao Enem
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), hoje maior porta de acesso ao ensino superior do País, é bem avaliado pela maioria dos brasileiros. Mais de oito a cada dez brasileiros (83%) veem o Enem como “uma melhor forma de acesso às universidades comparado aos vestibulares tradicionais”. Quase o mesmo porcentual (82%) entendem que o exame contribui para elevar a qualidade do ensino médio.
A pesquisa foi realizada sob encomenda da CNI e Todos Pela Educação pelo Ibope Inteligência e entrevistou 2 mil pessoas em 126 cidades, entre 15 e 20 de setembro do ano passado. Confira o resumo completo do levantamento aqui.
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