Manaus poderá ter que sepultar vítimas da covid-19 em sacos plásticos
A Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário (Abredif) avaliou que, caso Manaus mantenha a média diária de 130 mortes causadas por coronavírus, a cidade vai precisar sepultar as vítimas em sacos plásticos nas próximas semanas. O Amazonas já registrou 304 mortes pela covid-19.
Para evitar que isso aconteça, a associação solicitou ao governo federal um avião de carga para o transporte de 2 mil urnas para a capital do Amazonas, que só possui mil urnas no estoque.
A Abredif enviou uma carta à Secretaria de Articulação Social do governo federal alertando para a gravidade do problema. De acordo com o presidente da associação, Lourival Panhozzi, há a necessidade imediata de reforço no estoque. “Se o governo não oferecer um avião para o transporte de urnas, poderemos chegar ao ponto de termos corpos jogados nas esquinas. O transporte rodoviário demora dias e a necessidade é imediata”, afirma.
Com a alta nos enterros pela pandemia, Manau adotou o uso de valas coletivas no Cemitério Parque Tarumã, na zona norte da capital do Amazonas. Segundo a prefeitura, a metodologia de “abertura de trincheira” é internacional e “preserva a identidade dos corpos e os laços familiares, com o distanciamento entre caixões e identificação de sepultura”.
A associação das empresas funerárias questiona ainda a falta de protocolo nacional. “Somos os responsáveis pela remoção e preparação dos corpos das vítimas do coronavírus e, assim como os profissionais da saúde, necessitamos de equipamentos de proteção e um protocolo unificado”, argumenta Panhozzi.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a disseminação do coronavírus por cadáveres só pode acontecer se acontecer um manuseio incorreto dos pulmões do paciente durante a necrópsia, embora isso não signifique que o vírus morra com a vítima.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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