Mancha de óleo de 1,6 km de diâmetro é avistada perto de navio da Vale
Embarcação encalhou e tombou a cerca de 100 km da costa brasileira com cerca de 275 mil toneladas de minério de ferro
Uma mancha de óleo de pouco mais de 1,6 quilômetro de diâmetro foi avistada na manhã desta sexta-feira (28) próxima ao navio-cargueiro da empresa Vale, que encalhou e tombou a cerca de 100 quilômetros da costa brasileira com cerca de 275 mil toneladas de minério de ferro.
Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a mancha foi identificada por uma aeronave equipada com sensores especiais que sobrevoou a área esta manhã. Ontem, técnicos do Ibama não tinham constatado a presença de poluentes nas proximidades do navio. Outras duas inspeções aéreas estão programadas para hoje.
Além de quase 300 mil toneladas de minério de ferro, o navio MV Stella Banner é capaz de transportar até 4 milhões de litros de combustível e óleo. Oficialmente, o volume armazenado no tanque da embarcação não foi confirmado. O navio saiu do Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, em São Luís, e iria para a China. Ele encalhou no canal da Baía de São Marcos, no Maranhão.
Segundo o Ibama, foi o próprio comandante do Stella Banner quem manobrou para encalhá-lo, de propósito, em um banco de areia de uma área de menor profundidade do canal da Baía de São Marcos. A manobra serviu para evitar que a embarcação naufragasse ou ficasse à deriva depois que o comandante constatou que a água do mar estava entrando no navio por uma fissura na proa. O incidente ocorreu na última segunda-feira (24). Os 20 tripulantes foram retirados do navio em segurança.
A pedido da Vale, a Petrobras já deslocou para o local navios apropriados para recolher o óleo. Além disso, boias especiais serão preventivamente espalhadas próximas à embarcação para tentar impedir que o combustível se disperse. Especialistas contratados pela Polaris Shipping, dona do navio, comunicaram ao Ibama que os tanques do navio estão intactos e os motores de geração de energia funcionando normalmente.
“Como operadora portuária, a Vale reforça que seguirá atuando no caso com total suporte técnico-operacional e colaboração ativa com as autoridades marítimas”, garantiu a mineradora.
Outros problemas
A embarcação pertence à empresa sul-coreana Polaris Shipping, mas navega com a bandeira das Ilhas Marshall, paraíso fiscal localizado na Micronésia onde a embarcação está registrada.
Este é o segundo navio da Polaris Shipping a apresentar problemas após deixar o Brasil carregando minério. Em março de 2017, o Stellar Daisy naufragou depois da tripulação comunicar que havia água entrando no navio, que estava adernando a cerca de 2.400 km da costa do Uruguai. Dias após o pedido de ajuda, dois tripulantes foram resgatados, mas 22 trabalhadores que estavam a bordo do navio jamais foram encontrados.
* Com informações da Agência Brasil
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