Manifestações contra ‘cortes’ na Educação têm adeptos em mais de 20 estados
Estudantes de universidades e escolas públicas e federais de todo o país se reúnem nesta quarta (15) contra o que chamam de cortes promovidos pelo Ministério da Educação no ensino. Há registros de protestos em mais de 20 estados de todas as regiões do Brasil.
Os manifestantes criticam a medida defendida pelo ministro Abraham Weintraub de bloquear 3,4% do orçamento às universidades federais, atingindo 30% do total de despesas discricionárias (não obrigatórias) das instituições de ensino. Estes gastos são direcionados basicamente às áreas de pesquisa e manutenção dos centros de ensino.
Em entrevista ao Os Pingos nos Is na terça-feira (14), o ministro Weintraub explicou que se tratam de bloqueios de orçamento e não exatamente cortes. De acordo com ele, o contingenciamento do orçamento das instituições federais de ensino superior foi de 3,4%, porque o bloqueio de 30% irá atingir apenas as despesas não obrigatórias das instituições, que representam menos de 12% do orçamento do MEC.
Em São Paulo, já há manifestações ocorrendo no campus USP, na capital, e outros eventos marcados para acontecer durante a tarde, na Avenida Paulista. Segundo o sindicato dos professores do estado, ao menos 32 escolas privadas da cidade também aderiram à paralisação. No interior do estado, estudantes também marcham na sede da Unicamp, em Campinas, e na UNSEP, em Rio Claro.
O Rio de Janeiro também tem protestos agendados para esta quarta e as principais universidades do estado, UFRJ e UERJ, confirmaram a paralisação de suas atividades.
Em Belo Horizonte, alunos, professores e servidores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) participaram de um protesto contra os alegados cortes. Os organizadores estimam 4 mil participantes, enquanto a Polícia Militar não divulgou números.
Na região Sul, cidades como Curitiba e Porto Alegre também concentram protestos. A capital paranaense tem manifestações na Praça Santos Andrade, no centro da cidade. No Rio Grande do Sul, as marchas contam com o apoio do CPERS, sindicato local de professores.
O nordeste também tem manifestações nas grandes cidades. Em Salvador, alunos de escolas públicas e particulares estão com as aulas suspensas. Colégios de renome na capital baiana, a exemplo do Antônio Vieira e Sacramentinas e Portinari, aderiram à paralisação. No Ceará, o instituto federal do estado também faz parte da greve.
A mobilização pelo tema também movimenta as redes sociais. No final da manhã, a hashtag #TsunamiDaEducação estava em primeiro lugar entre as mais comentadas no Twitter. No Facebook, os maiores eventos chamando o público para as manifestações reuniam entre 15 mil e 20 mil adeptos.
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