Mansões, lancha, carros de luxo e Land Rover a Cerveró: as compras de Fernando Baiano para ocultar propina
O suposto operador de propinas do PMDB no escândalo da Petrobras, Fernando Soares (conhecido como Fernando Baiano), usaria agrados de luxo como forma de ocultar a “origem criminosa dos valores que repassava a Nestor Cerveró”, diz a força-tarefa da Polícia Federal que cuida da Operação Lava Jato. Cerveró, ex-diretor da Petrobras, está preso desde janeiro em Curitiba.
O trecho da ação penal em que Cerveró e Baiano respondem por terem recebido US$ 40 milhões de dólares por dois contratos de navios-sonda da Petrobras foram revelados pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta sexta (24), no blog de Fausto Macedo.
Partidos políticos desviariam de 1% a 3% de contratos da Petrovras em esquema com empreiteiras.
O Ministério Público diz no documento: “Em 27 de julho de 2012 o acusado Fernando Soares, para encobrir o pagamento de vantagem indevida devida a Nestor Cerveró, fruto dos crimes acima mencionados, negociou e comprou em favor de Nestor Cerveró e de sua esposa, Patrícia Cerveró, o veículo Land Rover Evoque Dynamic 5D”. Cerveró alega que sua mulher pagou pelo veículo, mas a força-tarefa não tem dúvidas de que isso não aconteceu.
Fernando Baiano pagou pelo carro, que foi registrado no nome da mulher de Cerveró.
Outros bens
O blog do jornal informa também que um apartamento na Barra da Tijuca e outras três caminhonetes de Baiano eram utilizadas para ocultar propina.
“Trata-se de uma cobertura do bloco 1 do Condomínio Parque Atlântico Sul (antigo Edifício Vieira Souto), localizado na Av. Lúcio Costa, 3600, Barra da Tijuca, um dos mais luxuosos da cidade”, diz o documento.
Outras duas Land Rover e uma Toyota Hilux foram citadas.
Esses bens seriam para Baiano ocultar os próprios bens de origem obscura. Eles foram comprados por empresas de fachada de Baiano, como a Hawk Eyes.
Outra empresa que seria de papel, mas era de fachada, a Technis, foi usada para registrar uma lancha de 55 pés, chamada “Cruela 1”, que custa em média R$ 4,5 milhões.
“Por ‘coincidência’ esta lancha foi adquirida de Otávio Marques de Azevedo, ex-presidente do grupo Andrade Gutierrez, que atualmente encontra-se preso preventivamente na Polícia Federal em Curitiba”, afirma o Ministério Público Federal em alegações finais no processo.
Uma “uma mansão de veraneio” em condomínio na Praia de Trancoso, Porto Seguro (Bahia), do suposto operador do PMDB, também foi citada.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.